quinta-feira, 1 de julho de 2010

UMBANDA PRETOS VELHOS Palavras de Preto-Velho

A Legião de espíritos chamados "Pretos Velhos" foi formada no Brasil, devido ao torpe comércio do tráfico de escravos arrebanhados da África, idosos mesmo, poucos vieram, já que os escravagistas preferiam os jovens e fortes, tanto para resistirem ao trabalho braçal como às exemplificações com o látego. Porém, foi esta minoria o compêndio no qual os incipientes puderam ler e aprender a ciência e sabedoria milenar de seus ancestrais, tais como o conhecimento e emprego de ervas, plantas, raízes, enfim, tudo aquilo que nos dá graciosamente a mãe natureza. Mesmo contando com a religião, suas cerimônias, cânticos, esses moços logicamente não poderiam resistir à erosão que o grande mestre, o tempo, produz sobre o invólucro carnal, como todos os mortais. Mas a mente não envelhece, apenas amadurece. Não podendo mais trabalhar duro de sol a sol, constituíram-se a nata da sociedade negra subjugada. Contudo, o peso dos anos é implacavelmente destruidor, como sempre acontece. O ato final da peça que encarnamos no vale da lágrima que é o planeta Terra é a morte. Mas eles voltaram. A sua missão não estava ainda cumprida. Precisavam evoluir gradualmente no plano espiritual. Muitos ainda, usando seu linguajar característico, praticando os sagrados rituais do culto, utilizados desde tempos imemoriais, manifestaram-se em indivíduos previamente selecionados de acordo com a sua ascendência (linhagem), costumes, tradições e cultura. Teriam que possuir a essência intrínseca da civilização que se aprimorou após incontáveis anos de vivência.
Quanto aos nomes, há muita controvérsia sobre o fato de o nome do Preto Velho ser uma miscelânea de palavras portuguesas e africanas. Voltemos ao passado, na época que cognominamos "A Idade das Trevas" no Brasil, dos feitores e senhores, senzalas e quilombos, sendo os senhores feudais brasileiros católicos ferrenhos (devido à influência portuguesa) não permitia a seus escravos a liberdade de culto. Eram obrigados a aprender e praticar os dogmas religiosos dos amos. Porém eles seguiram a velha norma: contra a força não há resistência, só a inteligência vence. Faziam seus rituais às ocultas, deixando que os déspotas em miniatura acreditassem estar eles doutrinados para o catolicismo, cujas cerimônias assistiam forçados. Desta aparente ambigüidade passaram a colocar em seus Deuses Orixás nos nomes dos santos católicos que mais se assemelhavam, daí o sincretismo.
As crianças escravas recém-nascidas, na época, eram batizadas duas vezes. A primeira, ocultamente, na nação a que pertenciam seus pais, recebendo o nome de acordo com a seita. A segunda vez, na pia batistal católica, sendo esta obrigatória e nela a criança recebia o primeiro nome do seu senhor, sendo o sobrenome composto de cognome ganho pela Fazenda onde nascera (Antônio da Coroa Grande, exemplo), ou então da região africana de onde vieram ( Joaquim D'Angola, Maria Conga, etc...)
Depois de mortos, passaram a surgir em lugares adequados, principalmente para se manifestarem. Ao se incorporarem, trazem os Pretos Velhos os sinais característicos das tribos a que pertenciam.



Podem usar o preto e branco. O preto porque, quando se morre, fica-se nas trevas e só com o decorrer do tempo e com preces as almas passam a ter luz; e o branco por serem almas e todo espírito ser representado pelo branco. Essas cores são também usadas porque, sendo os pretos velhos almas de escravos, lembram que eles só podiam andar de branco ou xadrez preto e branco, em sua maioria. Temos também a Guia de lágrima de Nossa Senhora, semente cinza com uma palha dentro. Essa Guia vem dos tempos dos cativeiros, porque era o material mais fácil de se encontrar na época dos escravos, cuja planta era encontrada em quase todos os lugares.

Cores: preto e branco
Comemoração: A data de 13 de maio é a data em que foi assinada a Lei Áurea (libertação dos escravos), razão pela qual a Umbanda comemora o dia do Preto Velho.

Alguns nomes de Pretos Velhos:

Pai Cambinda (ou Cambina), Pai Roberto, Pai Cipriano, Mestre Luiz Pai João D'Angola (também de Minas) Pai Congo, Pai José D'Angola, Pai Benguela, Pai Jerônimo, Pai Francisco, Pai Guiné, Pai Joaquim (também da Costa), Pai Antônio Pai Serafim, Pai Firmino D'Angola, Pai Serapião, Pai Fabrício das Almas, Pai Benedito (também de Guiné), Pai Julião, Pai Jobim, Pai Jacó, Pai Serapião, Pai Caetano, Pai Tomaz, Pai Tomé, Pai Malaquias, Pai Jobá, Pai Dindó, Vovó Maria Conga, Vovô Elesbão de Aruanda, Vovó Manuela, Vovó Chica da Costa D'Africa, Vovó Cambinda (ou Cambina), Vovó Ana, Vovó Maria Redonda, Vovó Catarina, Vovó Luiza, Vovó Rita do Cruzeiro das Almas, Vovó Gabriela, Vovó Quitéria, Vovó Mariana, Vovó Maria da Serra, Vovó Maria de Minas, Vovó Rosa da Bahia, Vovó Maria do Rosário, Vovó Benedita.

Obs: O tratamento poderá ser substituído por Vovô ou Tio, por Tia, pois todos denotam carinho e respeito.

Um preto-velho quando incorpora no médium vem de forma envergada, sob o peso dos anos de existência em vida na terra, senta-se com a dificuldade das juntas enrijecidas e os músculos fatigados num pequeno banco de madeira, que lembra o antigo tosco que existia nas senzalas.

Os pretos velhos ainda fumam cachimbo de barro ou de madeira rudimentar, falando com os visitantes e filhos-de-santo, usando um linguajar comum aos escravos que não falavam bem o português.



Oferendas aos Pretos Velhos

As oferendas feitas a eles, consistem em velas coloridas, charutos, palheiros, doces caseiros,

frutas, bebidas, farofas, rapaduras, cocadas, doces de milho, enfim, tudo que é feito com raízes e grãos usados

pelo povo do interior. (ex. mandioca, batatas doces, milho, pipoca), pois era isso que eles comiam, quando escravos.

2 comentários:

  1. Folhas da Amizade


    Existem pessoas em nossas vidas que nos deixam felizes pelo simples fato de terem cruzado o nosso caminho.

    Algumas percorrem ao nosso lado, vendo muitas luas passarem, mas outras vemos apenas entre um passo e outro.

    A todas elas chamamos de amigo.
    Há muitos tipos de amigos.
    Talvez cada folha de uma árvore caracterize um deles.
    O primeiro que nasce do broto é o amigo pai e o amigo mãe.
    Mostram o que é ter vida.

    Depois vem o amigo irmão, com quem dividimos o nosso espaço para que ele floresça como nós.
    Passamos a conhecer toda a família de folhas, a qual respeitamos e desejamos o bem.

    Mas o destino nos apresenta outros amigos, os quais não sabíamos que iam cruzar os nossos caminhos.
    Muitos desses denominamos amigos do peito, do coração.
    São sinceros, verdadeiros; sabem quando não estamos bem, sabem o que nos faz feliz...

    As vezes, um desses amigos do peito estala o nosso coração e então é chamado de amigo namorado.
    Este dá brilho aos nossos olhos, música aos nossos lábios, pulos aos nossos pés.

    Mas também há aqueles amigos por um tempo, talvez umas férias ou mesmo um dia ou uma hora.
    Estes costumam colocar muitos sorrisos na nossa face, durante o tempo que estamos por perto.

    Falando em perto, não podemos esquecer dos amigos distantes.
    Aqueles que ficam nas pontas dos galhos, mas que quando o vento sopra, sempre aparecem novamente entre uma folha e outra.

    O tempo passa, o verão se vai, o outono se aproxima, e perdem algumas de nossas folhas.

    Algumas nascem num outro verão e outras permanecem por muitas estações.
    Mas o que nos deixa mais feliz é que as que caíram continuam por perto, continuam alimentando a nossa raiz com alegria.
    Lembranças de momentos maravilhosos enquanto cruzavam o nosso caminho.

    Desejo a todos vocês, folhas da minha árvore, Paz, Amor, Saúde, Sucesso, Prosperidade...

    Hoje e Sempre...

    Simplesmente porque: Cada pessoa que passa em nossa vida é única.
    Sempre deixa um pouco de si e leva um pouco de nós.

    Há os que levaram muito, mas não há os que não deixaram nada.
    Esta é a maior responsabilidade de nossa vida E é a prova quase evidente de que duas almas não se encontram por acaso."


    Beijos com muito carinho.

    Lú Ferrari Minuzzo.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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