quinta-feira, 1 de julho de 2010

UMBANDA CRIANÇAS

São Cosme e São Damião.

São Cosme e São Damião eram gêmeos que viveram na Arábia pelos fins do terceiro século e inícios do quarto. Afirma-se que eram médicos. Depois da conversão, curavam mais pela virtude do que pela medicina. Não aceitavam receber um centavo pelo serviço prestado. Os irmãos aproveitavam também para divulgar a fé cristã entre aqueles que se recuperavam das doenças. As perseguições do Imperador Diocleciano, porém, não demoraram a frear a ação benéfica destes "médicos do amor". Foram presos e forçados a negar sua fé. Sofreram torturas. Condenados à morte, resistiram milagrosamente a pedradas e flechadas, mas acabaram morrendo decapitados. Inúmeros milagres se deram na sepultura deles. Na festa, é costume distribuir balas e doces para as crianças.

Foram martirizados na Síria, porém é desconhecida a forma como morreram. Seu culto já estava estabilizado no Mediterrâneo no século V. Perseguidos por Diocleciano, foram trucidados e muitos fiéis transportaram seus corpos para Roma, onde foram sepultados no maior templo dedicado a eles, feito pelo Papa Félix IV (526-30), na Basílica no Fórum de Roma com as iniciais SS - Cosme e Damião.

Alguns relatos atestam que eram originários da Arábia, mas de pais cristãos. Seus nomes verdadeiros eram Acta e Passio. Surgiram várias versões, mas nenhuma comprovada com fundamento histórico. Em uma das fontes, explica-se que eram dois irmãos, bons e caridosos que realizavam milagres. Alguns relatos afirmam que foram amarrados e jogados em um despenhadeiro sob a acusação de feitiçaria e inimigos dos deuses romanos. Em outra versão, na primeira tentativa de morte, foram afogados, mas salvos por anjos. Na segunda, foram queimados, mas o fogo não lhes causou dano algum. Apedrejados na terceira vez, as pedras voltaram para trás, sem atingi-los. Por fim, morreram degolados.

Depois de mortos, apareceram materializados ajudando crianças que sofriam violências. Ao gêmeo Acta é atribuído o milagre da levitação e ao gêmeo Passio a tranqüilidade da aceitação do seu martírio. A partir do século V os milagres de cura atribuídos aos gêmeos fizeram com que passassem a ser considerados médicos, pois, quando em vida, exerciam a medicina na Síria, em Egéia e Ásia Menor, sem receber qualquer pagamento. Por isso, eram chamados de anargiros, ou seja, inimigos do dinheiro. Mais tarde, foram escolhidos patronos dos cirurgiões.

Sempre confiantes em Deus, oravam e obtinham curas fantásticas. Também foram chamados de "santos pobres". Muitos esforços foram feitos para demonstrar que Cosme e Damião não existiram de fato, que eram apenas a versão cristã dos filhos gêmeos pagãos de Zeus. Isto não é verdade, embora haja evidências de que a superstição popular muitas vezes fez supor haver em seu culto uma adaptação do costume pagão.

No Brasil, em 1530, a igreja de Iguaraçú, em Pernambuco, consagrou Cosme e Damião como padroeiros. No dia 27 de setembro, quando é realizada a festa aos santos gêmeos, as igrejas e os templos das religiões afro-brasileiras são enfeitadas com bandeirolas e alegres desenhos.

Nas religiões de matriz africana, são associados aos "ibejis", gêmeos amigos das crianças que teriam a capacidade de agilizar qualquer pedido que lhes fosse feito em troca de doces e guloseimas. O nome Cosme significa " o enfeitado" e Damião, "o popular".

Protege:
¨ Orfanatos
¨ Creches
¨ Doceiras
¨ Filhos em casa

Espíritos de Crianças manifestan-se na Umbanda sob a regência de São Cosme e São Damião, chegam para trazer alegrias a quem precisa e para dizer as verdades de maneira mais simples.

São vários os nomes que usam, sempre em diminutivo, como apelidos de meninos e meninas. (Ex. joãozinho, mariazinha).

Adoram brincar, doces, pracinhas, ajudam a família a se harmozinar, a conseguir emprego, as mulheres a engravidar.

São sempre doces e amáveis e precisam ser controlados em suas brincadeiras.


Oferendas às Crianças

Como crianças que são gostam muito de receber doces coloridos bem açucarados, refrigerantes, tortas, brinquedos, balões, tudo bem arrumado em uma pracinha com gangorras e balanços.

UMBANDA PRETOS VELHOS Palavras de Preto-Velho

A Legião de espíritos chamados "Pretos Velhos" foi formada no Brasil, devido ao torpe comércio do tráfico de escravos arrebanhados da África, idosos mesmo, poucos vieram, já que os escravagistas preferiam os jovens e fortes, tanto para resistirem ao trabalho braçal como às exemplificações com o látego. Porém, foi esta minoria o compêndio no qual os incipientes puderam ler e aprender a ciência e sabedoria milenar de seus ancestrais, tais como o conhecimento e emprego de ervas, plantas, raízes, enfim, tudo aquilo que nos dá graciosamente a mãe natureza. Mesmo contando com a religião, suas cerimônias, cânticos, esses moços logicamente não poderiam resistir à erosão que o grande mestre, o tempo, produz sobre o invólucro carnal, como todos os mortais. Mas a mente não envelhece, apenas amadurece. Não podendo mais trabalhar duro de sol a sol, constituíram-se a nata da sociedade negra subjugada. Contudo, o peso dos anos é implacavelmente destruidor, como sempre acontece. O ato final da peça que encarnamos no vale da lágrima que é o planeta Terra é a morte. Mas eles voltaram. A sua missão não estava ainda cumprida. Precisavam evoluir gradualmente no plano espiritual. Muitos ainda, usando seu linguajar característico, praticando os sagrados rituais do culto, utilizados desde tempos imemoriais, manifestaram-se em indivíduos previamente selecionados de acordo com a sua ascendência (linhagem), costumes, tradições e cultura. Teriam que possuir a essência intrínseca da civilização que se aprimorou após incontáveis anos de vivência.
Quanto aos nomes, há muita controvérsia sobre o fato de o nome do Preto Velho ser uma miscelânea de palavras portuguesas e africanas. Voltemos ao passado, na época que cognominamos "A Idade das Trevas" no Brasil, dos feitores e senhores, senzalas e quilombos, sendo os senhores feudais brasileiros católicos ferrenhos (devido à influência portuguesa) não permitia a seus escravos a liberdade de culto. Eram obrigados a aprender e praticar os dogmas religiosos dos amos. Porém eles seguiram a velha norma: contra a força não há resistência, só a inteligência vence. Faziam seus rituais às ocultas, deixando que os déspotas em miniatura acreditassem estar eles doutrinados para o catolicismo, cujas cerimônias assistiam forçados. Desta aparente ambigüidade passaram a colocar em seus Deuses Orixás nos nomes dos santos católicos que mais se assemelhavam, daí o sincretismo.
As crianças escravas recém-nascidas, na época, eram batizadas duas vezes. A primeira, ocultamente, na nação a que pertenciam seus pais, recebendo o nome de acordo com a seita. A segunda vez, na pia batistal católica, sendo esta obrigatória e nela a criança recebia o primeiro nome do seu senhor, sendo o sobrenome composto de cognome ganho pela Fazenda onde nascera (Antônio da Coroa Grande, exemplo), ou então da região africana de onde vieram ( Joaquim D'Angola, Maria Conga, etc...)
Depois de mortos, passaram a surgir em lugares adequados, principalmente para se manifestarem. Ao se incorporarem, trazem os Pretos Velhos os sinais característicos das tribos a que pertenciam.



Podem usar o preto e branco. O preto porque, quando se morre, fica-se nas trevas e só com o decorrer do tempo e com preces as almas passam a ter luz; e o branco por serem almas e todo espírito ser representado pelo branco. Essas cores são também usadas porque, sendo os pretos velhos almas de escravos, lembram que eles só podiam andar de branco ou xadrez preto e branco, em sua maioria. Temos também a Guia de lágrima de Nossa Senhora, semente cinza com uma palha dentro. Essa Guia vem dos tempos dos cativeiros, porque era o material mais fácil de se encontrar na época dos escravos, cuja planta era encontrada em quase todos os lugares.

Cores: preto e branco
Comemoração: A data de 13 de maio é a data em que foi assinada a Lei Áurea (libertação dos escravos), razão pela qual a Umbanda comemora o dia do Preto Velho.

Alguns nomes de Pretos Velhos:

Pai Cambinda (ou Cambina), Pai Roberto, Pai Cipriano, Mestre Luiz Pai João D'Angola (também de Minas) Pai Congo, Pai José D'Angola, Pai Benguela, Pai Jerônimo, Pai Francisco, Pai Guiné, Pai Joaquim (também da Costa), Pai Antônio Pai Serafim, Pai Firmino D'Angola, Pai Serapião, Pai Fabrício das Almas, Pai Benedito (também de Guiné), Pai Julião, Pai Jobim, Pai Jacó, Pai Serapião, Pai Caetano, Pai Tomaz, Pai Tomé, Pai Malaquias, Pai Jobá, Pai Dindó, Vovó Maria Conga, Vovô Elesbão de Aruanda, Vovó Manuela, Vovó Chica da Costa D'Africa, Vovó Cambinda (ou Cambina), Vovó Ana, Vovó Maria Redonda, Vovó Catarina, Vovó Luiza, Vovó Rita do Cruzeiro das Almas, Vovó Gabriela, Vovó Quitéria, Vovó Mariana, Vovó Maria da Serra, Vovó Maria de Minas, Vovó Rosa da Bahia, Vovó Maria do Rosário, Vovó Benedita.

Obs: O tratamento poderá ser substituído por Vovô ou Tio, por Tia, pois todos denotam carinho e respeito.

Um preto-velho quando incorpora no médium vem de forma envergada, sob o peso dos anos de existência em vida na terra, senta-se com a dificuldade das juntas enrijecidas e os músculos fatigados num pequeno banco de madeira, que lembra o antigo tosco que existia nas senzalas.

Os pretos velhos ainda fumam cachimbo de barro ou de madeira rudimentar, falando com os visitantes e filhos-de-santo, usando um linguajar comum aos escravos que não falavam bem o português.



Oferendas aos Pretos Velhos

As oferendas feitas a eles, consistem em velas coloridas, charutos, palheiros, doces caseiros,

frutas, bebidas, farofas, rapaduras, cocadas, doces de milho, enfim, tudo que é feito com raízes e grãos usados

pelo povo do interior. (ex. mandioca, batatas doces, milho, pipoca), pois era isso que eles comiam, quando escravos.

O QUE É UMBANDA?

Umbanda é o nome de uma religião afro-brasileira que mistura ensinamentos do Espiritismo de Alan Kardec, do Catolicismo e de seitas trazidas pelos escravos africanos, ela é composta de elementos Divinos (Orixás e Guias); Doutrinários (linhas de atuação), reencarnação, lei do karma, atuação e direcionamento dos médiuns, assistenciados e guias; é composta de princípios (amor, caridade, respeito ao próximo, fé, ...); têm rituais (abertura e encerramento das sessões, pontos cantados, feituras, etc.).
A Umbanda é dirigida por um homem ou por uma mulher ("Cacique de Umbanda"), também chamados de "Chefe de Terreiro". De acordo com a crença, eles poderiam incorporar espíritos de pessoas mortas, chamadas "Entidades". Estes espíritos podem ser Caboclos (índios), figuras religiosas, doutores, negros africanos ou brasileiros ("Pretos Velhos", "Pai Joaquim", "Pai Arruda", "Tia Joana", etc) .
Estas incorporações acontecem durante as sessões no "terreiro", "centro" ou "tenda", um aposento grande com um altar, onde os membros cantam "pontos", dançam ou apenas pedem conselhos à entidade. Durante a sessão, o chefe-de-terreiro é ajudado por homens e mulheres chamados "Filhos de Santo" ou "Cambonos." Umbanda não tem nada haver com "macumba" que é outra religião afro-brasileira denominada "Quimbanda" ou "magia negra", considerada por especialistas de Umbanda como uma distorção, porque é baseada na prática do mal, destinada a prejudicar inimigos presumidos, evocando espíritos atrasados. Devemos distinguir muito bem a diferença entre Umbanda e Macumba. Os rituais de magia branca verdadeira - a Umbanda - são feitos apenas para melhorar a vida de uma pessoa, para praticar um bem. Nunca para prejudicar quem quer que seja


Umbanda


Umbanda é uma religião formada dentro da cultura religiosa brasileira que sincretiza elementos vários, inclusive de outras religiões.

Os conceitos aqui relatados podem diferir em alguns tópicos por se tratar de uma visão generalista e enciclopédica. Por se tratar de um conjunto religioso com várias ramificações (como é o caso, por exemplo, do Cristianismo) as informações aqui expostas buscam informar aos leitores da forma mais abrangente possível e sem discriminação ou preconceitos, pois todas as "Umbandas" têm suas razões de existir e de serem cultuadas.

Sincretismo
Os negros nas senzalas cantavam e dançavam em louvor aos Orixás, entretando seus senhores não gostavam, e tentavam convertê-los a fé cristã. Aqueles que não se convertiam eram cruelmente castigados. Foi então que nasceu o sincretismo em que os negros africanos associaram os Orixás aos santos católicos de seus senhores. Embora aos olhos dos brancos eles estavam comemorando os santos católicos, na verdade estavam cultuando seus amados Orixás.


Os Fundamentos
Os fundamentos da Umbanda variam conforme a vertente que a pratique.

Existem alguns conceitos básicos que são encontrados na maioria das casas e assim podem, com certa resalva e cuidado, generalizados para todas as formas de Umbanda. São eles:

- A existência de uma fonte criadora universal, um Deus supremo, chamado Olorum ou Zamby; - A fraternidade, caridade e respeito ao próximo. Sendo a caridade uma máxima encontrada em todas as manifestações existentes; - O culto aos Orixás como manifestações divinas, em que cada Orixá controla e se confunde com um elemento da natureza do planeta ou da própria personalidade humana, em suas necessidades e construções de vida e sobrevivência; - A manifestação dos Guias para exercer o trabalho espiritual incorporado em seus médiuns ou "cavalos"; - O mediunismo como forma de contato entre o mundo físico e o espiritual, manifesta de diferentes formas; - Uma doutrina, uma regra, uma conduta moral e espiritual que é seguida em cada casa de forma variada e diferenciada, mas que exite para nortear os trabalhos de cada terreiro; - A crença na imortalidade da alma; - A Crença na reencarnação e nas leis cármicas (adaptadas a realidade Umbandista, que é diferente do Espiritismo);


Um Deus único e superior
Zâmbi, Olorum ou simplesmente Deus - Em sua benevolência e em sua força emanada através dos Orixás e dos Guias, auxiliando os homens em sua caminhada para a elevação espiritual e social. Infelizmente deve-se aos limites da linguagem humana a falta de precisão em conceituar o que seria Deus. Isto por que uma das características da Divindade Suprema é ser Infinito, sem medidas, o que remete apenas conhecer parcialmente sua “Natureza”.

Mormente cabe ao homem a aventura de tentar decifrar a “Divindade”, pela fé, pelo amor e pela razão e é sobre esta Grande Aventura Humana é que pretendemos falar.


Os Orixás
Os Orixás não são deuses como muitas pessoas podem conceber, assim como em outras religiões, mas sim divindades criadas por um único Deus: Olorun (dentro da corrente Nagô) ou Zambi (dentro da corrente Bantu).

Uma interpretação mais objetiva coloca os Orixás como manifestações de diferentes arquétipos universais, que seriam uma síntese de leis e princípios cósmicos e naturais, que representariam as diferentes manifestações da forças naturais expressos na forma de símbolos. Cada pessoa está ligada a um desses arquétipos (Orixás) e sua evolução deve seguir os padrões dessa síntese simbólica a qual a pessoa está relacionada.

Na Umbanda Esotérica e Iniciática temos a seguinte interpretação:

Os Orixás são vibrações de Deus, vem Dele, mas não são Ele, são princípios irradiados da Suprema Inteligência, regem a Criação e a Evolução em todo

Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Oxum, Iansã, Iemanjá, Obaluaiê.

Referências
Africanas, Indígenas, Européias e Indianas. A Umbanda é uma junção de elementos Africanos (Orixás e culto aos antepassados), Indígenas (culto aos antepassados e elementos da natureza), Brancos (o europeu que trouxe seus Santos e a doutrina cristã que foram sincretizados pelos Negros Africanos) e de uma doutrina Indiana de reencarnação, Kharma e Dharma, associada a concepção de espírito empregada nas três Raças que se fundiram (Negro, Branco e Índio).

A Umbanda prega a existência pacífica e o respeito ao ser humano, a natureza e a Deus. Respeitando todas as manifestações de fé, independentes da religião.

A máxima dentro da Umbanda é "Dê de graça, o que de graça recebestes: com amor, humildade, caridade e fé".

O culto umbandista
A Umbanda tem como lugar de culto o templo, terreiro ou Centro, que é o local onde os Umbandistas se encontram para realização de suas giras, sessões.

O chefe do culto no Centro é o Sacerdote (a Bá, ou Iyalorixá, ou a Diretora de culto, ou Mestra, ou a Mãe de Santo - para o Sacerdote feminino; ou o Babá, Babalorixá, os Diretor de culto, o Mestre, ou o Pai de Santo - para o Sacerdote masculino) ] que é quem coordena as sessões/giras e que irá incorporar o guia chefe que comandará a espiritualidade e a materialidade do local dos trabalhos. Normalmente esse guia, que comanda, é um Preto-Velho ou Caboclo (varia de casa para casa, de Linha Doutrinária para Linha Doutrinária).

Os templos onde os "comandantes" são Pretos-Velhos seguem a corrente africana e os que têm os Caboclos como "comandantes" seguem a linha indígena. Mas, isso não é regra e pode variar de templo para templo.

As pessoas que recebem, incorporam entidades dentro dos terreiros, são ditos médiuns, aparelhos, cavalos ou "burros". Pessoas que têm o Dom de incorporar os Orixás e Guias.

"As entidades" que são incorporadas pelos médiuns podem ser divididas entre:

Falangeiros de Orixás: Xangô, Ogum, Oxum, Nanã, Iemanjá, Iansã, Obaluaê, Oxumaré, entre outros.
Guias: Pretos-velhos, Caboclos, Boiadeiros, Crianças, Exus, Marinheiros e Orientais.
Kiumbas, espíritos sem luz: esses, normalmente, são incorporados quando se está fazendo algum descarrego ou quando existe algum obsediado no local.

As sessões
O culto nos terreiros é dividido em sessões, normalmente de desenvolvimento e de consulta, e essas, são sub-divididas em giras.

Os dias da semana que acontecem as sessões variam de Centro para Centro.

Nas sessões de consulta, onde comumente podemos encontrar Pretos-Velhos, caboclos ou os chamados "povo de rua" (exu e pombo gira), as pessoas conversam com as entidades afim de obter ajuda e conselhos para suas vidas, curas, desobsessões e para resolver problemas espirituais diversos. As ocorrências mais comuns nestas sessões são o "passe" e o descarrego. No passe, a entidade reza a pessoa energizando-a e retirando toda a parte fluídica negativa que nela possa estar. O "descarrego" é feito com o auxílio de um médium, o qual irá incorporar o obsessor ou captar a energia negativa da pessoa. Então a entidade faz com que essa energia seja deslocada para o astral. Caso seja um obsessor, o espírito obsediador é retirado e encaminhado para a luz ou para um lugar mais adequado no astral inferior caso ele não aceite a luz que lhe é dada. Nesses casos pode ser necessária a presença de um ou mais Exus para auxiliar a desobsessão.

Nas sextas-feiras, ocorrem as giras de Caboclos, Boiadeiros, Orixás, Marinheiros, Pretos-Velhos, Crianças e Exus. Nessas giras são feitos os desenvolvimentos dos médiuns do terreiro. Nelas, são cantados os pontos e tocados os atabaques. As giras de Marinheiros e Exus são festivas e, além de serem feitos os desenvolvimentos dos médiuns, são realizadas consultas com esses guias. Existem terreiros onde, além dos Pretos-Velhos, Marinheiros e Exus, também os Caboclos e Boiadeiros dão consultas e trabalham com o descarrego e a desobsessão.

Os dias de Consulta e/ou Desenvolvimento podem variar de casa para casa, de Linha Doutrinária para Linha Doutrinária. Normalmente são feitos as segundas-feiras e nas sextas-feiras; não sendo este parâmetro contado como regra.


Médiuns
Médium é toda pessoa que, segundo a Umbanda, têm a qualidade de se comunicar com entidades desencarnadas ou espíritos, seja pela mecânica da incorporação, pela vidência (ver), pela audição (ouvir) ou pela pscicografia (escrever movido pelos espíritos).

A Umbanda crê que o médium tem a responsabilidade e o compromisso de servir como um instrumento de guias ou entidades espirituais superiores. Para tanto, deve se preparar através do estudo, desenvolvendo a sua mediunidade sempre prezando a elevação moral e espiritual, a aprendizagem conceitual e prática da Umbanda, respeitar os guias e Orixás, ter assiduidade e compromisso com sua casa, ter caridade em seu coração, amor e fé em sua mente e espírito, e saber que a Umbanda é uma prática que deve ser vivenciada no dia-a-dia e não apenas no terreiro.

A mediunidade não deve ser vista ou vivenciada como um dom ou poder maior concedido ao médium , e sim como um compromisso e uma oportunidade que lhe foi dada antes mesmo da pessoa reencarnar. Por isso não deve ser encarada como um fardo ou um forma de ganhar dinheiro, mas como uma oportunidade valiosa para praticar o bem e a caridade.

Existem médiuns que acabam distorcendo o verdadeiro papel que lhes foi dado, e se envaidecem agindo de forma leviana em suas vidas. O médium deve tangir sua vida como um mensageiro de Deus, dos Orixás e Guias. Ter um comportamento moral e profissional dígnos, ser honesto e íntegro em suas atitudes, pois do contrário acaba atraindo forças negativas, obsessores ou espíritos revoltados que vagam pelo mundo espiritual atrás de encarnados desequilibrados que estão na mesma faixa vibracional que eles. Por isso, desenvolver a mediunidade é um processo que deve ser encarado de forma séria a regido através de um profundo estudo da religião e seguido pelo conceitos morais e éticos. Ser orientado e iniciado por uma casa que pratica o bem é essencial.

As pessoas que são médiuns devem levar sempre a sério suas missões e ter muito amor e dar valor ao que fazem, ter sempre boa vontade nos trabalhos de seu terreiro e na vida do dia-a-dia.

O médium deve tomar, sempre que necessário, os banhos de descarrego adequados aos seus Orixás e Guias, estar pontualmente no terreiro com sua roupa sempre limpa, conversar sempre com o chefe espiritual do terreiro quando estiver com alguma dúvida, problema espiritual ou material.

Sobre o estudo da mediunidade e do médium, pode-se utilizar como fonte para estudos a relação que existe abaixo, no ítem "Literatura Umbandista".

Alguns terreiros utilizam-se das obras Espíritas (codificadas por Allan Kardec), porém, existe hoje vasta literaruta específica sobre Umbanda. As objeções ao uso dos livros doutrinários Espíritas é que embora sejam ambas as religiões de cunho mediúnico, existe grande divergência conceitual e doutrinário entre elas. Basta para isso, exemplificar a função e o trabalho dos Exus e Pomba-giras que, segundo a doutrina Espírita, estariam classificados como obsessores.


Polêmicas dentro das umbandas

Umbanda e Umbandas, os donos da verdade
Infelizmente todas as religiões têm divergências. Sejam de origem inter-religiosa (umas com as outras) ou intrarreligiosas (divergências internas dentro da mesma religião ou de um conjunto religiosa).

Na Religião de Umbanda não é diferente. Existem diversas divergências, principalmente nas questões doutrinárias em que algumas vertentes tentam se apropriar da Umbanda fazendo ver que sua visão ou sua forma doutrinária é a Umbanda como um todo. Não se conformam que sua prática seja mais uma dentre tantas outras existentes. Elas querem impor sua visão, sua doutrina, suas práticas às outras formas de Umbanda.

Em decorrência do que foi exposto acima, podemos notar em várias publicações, sejam em livros ou mesmo em sites na Internet, a negação e a discriminação que existe. Afirmações de que isso é Umbanda e de que aquilo não é Umbanda, ligada a forma de culto, ritos, utilização de elementos, como: se a casa usa atabaques, isso não é Umbanda; se a casa pratica rituais de sacrifício animal, isso não é Umbanda; se a casa trabalha no culto aos Orixás e na sua incorporação, isso não é Umbanda; se a casa trabalha com Exus e Pomba-giras, isso não é Umbanda etc.

Como podemos ver existem várias polêmicas, mas todas são fruto de manifestações de grande falta de respeito e ignorância a respeito das diversas formas de Umbanda que existem. Discriminar essa ou aquela forma só porque a mesma é diferente da nossa, ou porque ela utiliza esse ou aquele ritual ou elemento, é discriminação, pois quem garante que aquilo que praticamos como Umbanda é ou não é Umbanda?

A grande realidade é que cada forma é rica em si mesma, e o respeito deve ser algo que deveria estar presente na mente de cada Umbandista, independente de sua doutrina, seus ritos, suas práticas.

Se os umbandistas começarem a se respeitar e passar por cima dos precenceitos internos existentes, se começarem a ver o outro como a si mesmos e o entenderem (uso da alteridade), poderemos um dia chegar a um patamar de união e de respeito mútuo. Fortalecendo cada vez mais a religião de Umbanda como um todo: união na diversidade, o respeito às diferenças.


Sacrifício Ritual de animais
Existem várias ramificações dentro da Religião de Umbanda.

Algumas ramificações ou vertentes não fazem Sacrifício Ritual de Animais, porém, outras vertentes têm essa prática (normalmente as de cunho africanista). O próprio Cabloco das Sete Encruzilhadas (de Zélio Fernandino de Moraes), segundo reportagem publicada na Revista Espiritual de Umbanda feita com as filhas de Zélio, relatam que uma vez por ano era sacrificado um porco para o Orixá Ogum. Dessa forma, podemos notar que o Sacrifício Ritual de animais é uma prática normal dentro de vários terreiros de Umbanda, variando ou não existindo de acordo com a orientação de cada casa.

Cada cultura religiosa dentro da Umbanda têm seus fundamentos e o Sacrifício Ritual Animal é um deles, embora não seja comum a todas as tradições Umbandistas.


Uso de bebidas alcoólicas
Também encontramos terreiros dos seguintes tipos:

Os em que as entidades incorporadas não usam bebidas (muitas vezes por questão do próprio médium não estar preparado para este tipo de trabalho com bebida) criando uma espécie de tabu.
Os em que elas bebem durante os trabalhos (tanto os que fazem o uso correto deste elemento, como os que abusam disto sem necessidade)
Os que usam bebida em situações mais veladas (existindo um certo rigor quanto a sua utilização buscando coibir abusos de médiuns ainda em preparação)
Toda esta controvérsia é gerada pelo uso que as pessoas fazem das bebidas alcoólicas na vida diária, muitas vezes caindo no vício do alcoolismo, trazendo consequências graves para sua vida material e espiritual. Ocorre que médiuns predispostos ao vício podem, ao invés de atrairem espíritos de luz, afinizarem com espíritos de viciados que já morreram. Note que o álccol é um elemento usado na magia para trabalhos para o bem, mas abusos nunca são tolerados e exibicionismo não são sinais de incorporações de luz.


Vestimenta
Na umbanda os médiuns usam como vestimenta apenas roupas brancas e os pés descalços, representando a simplicidade e a humildade. Pode ocorrer, por exemplo, que uma entidade de preta velha solicite uma saia ou um lenço para amarrar os cabelos: isso visa proporcionar a que o médium se pareça mais com a entidade que o está incorporando.

Na umbanda original, por exemplo, aquela trazida pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas (incorporado no médium Zélio Fernandino de Moraes), não é comum o uso de fantasias, adornos, enfeites, objetos ou apetrechos brilhantes e coloridos, como se verifica no candomblé ou quimbanda, onde cada qual segue a sua ritualística própria.

Uma outra visão sobre a vestimenta e apetrechos materiais utilizados pelos médiuns é de que são usados pelos espíritos como condensadores de energia: um modo de concentrar a energia e depois enviá-la, se positiva, ou dissipá-la no elemento apropriado, quando negativa.


Hino da Umbanda
Refletiu a luz divina
Em todo o seu esplendor
Vem do reino de Oxalá
Onde há paz e amor

Luz que reflete na terra
Luz que reflete no mar
Luz que veio de Aruanda
Para tudo iluminar

A Umbanda é paz e amor
Um mundo cheio de luz
É a força que nos dá vida
E à grandeza nos conduz

Avante! Filhos de fé
Como a nossa lei não há
Levando ao mundo inteiro a bandeira de Oxalá
Levando ao mundo inteiro a bandeira de Oxalá.

Hino da Umbanda.
Autor: J. M. Alves - 1960
Retirado de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Umbanda"

O Que é a Umbanda?

Não é uma ramificação do catolicismo, muito menos do candomblé.
A influência Africana desempenhou papel relevante na formação da Umbanda, da qual se constituiu um dos principais alicerces, dando-lhe, como contribuição primordial, Os Orixás. Em sua prática, a Umbanda aproxima-se mais da origem nativa. Na estrutura, porém prevaleceu a influência Africana (nomes, rituais e costumes)
A Umbanda é uma doutrina espiritualista como o Espiritismo, o Catolicismo, o Protestantismo, o Judaísmo, o Esoterismo, etc..., o que não impede de haver entre elas diferenças essenciais que lhes dão características próprias.
Tem a Umbanda seus Sacerdotes, com seus graus iniciáticos, como Tatás (com mais de 30 anos), Babalorixás (homens) e Yalorixás (mulheres), podendo realizar Batizados, Casamentos e outras cerimônias dentro de seus cultos.
Se religião é todo culto que contém seu cortejo de Divindades, ou melhor, chamado de Teologia (relação entre os deuses e os homens), o seu cerimonial ou Liturgia (fórmulas consagradas de orações) e seus praticantes ou sua classificação hierárquica, Umbanda é Religião. Podendo ser enquadrada em outro sentido, como pr exemplo: Crença Mista, pelo fato de que a Umbanda nada mais é do que uma mistura de várias religiões, tendo fundamento básico na Crença dos Espíritos.

Vários cultos até hoje praticados no Brasil começaram na África, muito antes do período da escravidão, onde basicamente predominavam três religiões: cristianismo, islamismo e religiões tribais ou primais.
Na realidade, os cultos afro-brasileiros vêm da prática religiosa politeísta das tribos. Por isso, cada uma tem a sua forma peculiar de chamar o nome de Deus, promover seus cultos, estruturar sua organização, celebrar seus rituais, contar sua história e expressar as suas concepções através dos símbolos.
Os cultos afros, inicialmente, eram ritos de preservação cultural dos grupos étnicos.
No Brasil, eles associam-se à vinda de escravos negros trazidos de lugares como Nigéria, Benin e Togo. E também estão profundamente ligados à preservação da cultura, da arte e da religião dos negros.
Em diferentes momentos da história, aos poucos, as religiões afro- brasileiras foram se formando nas mais diversas regiões e estados. É justamente por isso que elas adotam diferentes formas e rituais, diferentes versões de cultos.
A Umbanda, historicamente, além de possuir suas raizes na África, possui também, por escala, raízes no Egito Antigo.
A adoração aos Nétheres egípcios é a mesma realizada pela Umbanda aos Caboclos e Caboclas. Seus rituais são como uma canção às qualidades divinas. Estes rituais cultuam estas qualidades tão bem expressas pela “Árvore da Vida” kabalística.
Segundo especialistas, "a Umbanda é uma grande colcha de retalhos. Retalhos colhidos nas mais diversas tradições religiosas: Candomblé, Catolicismo, Judaísmo, Kardecismo, Budismo, Hinduísmo, Pajelança, Lamaísmo e outras mais". A tudo isto soma-se a pitada do brasileiro já tão mesclado em sua raça. Esta é a Umbanda, religião genuinamente brasileira, renascida em terras brasileiras".
Por isso, afirmam que a Umbanda apresenta-se codificada de tal forma que permite dicussões sobre seus conceitos e sobre a maneira em que são apresentados.
Como religião organizada a Umbanda surgiu por volta de 1920, em Niterói, Rio de Janeiro, registrada oficialmente pelo capitão José Álvares Pessoa.

Datas históricas:

15 de novembro de 1908 - Zélio de Moraes, naquela época muito jovem, se reúne pela primeira vez com o presidente da Federação Espírita de Niterói, José de Souza e demais membros da diretoria. Ali, tomado por uma força espiritual, ele recebeu os primeiros sinais do Caboclo das Sete Encruzilhadas, embora não tivesse havido incorporação.
16 de novembro de 1908 - Primeira sessão de Umbanda na casa de Zélio de Moraes. Ele reuniu a família, vizinhos e amigos em Neves, Estado do Rio de Janeiro, no Brasil, e às 20 horas dessa noite, recebeu o espírito do Caboclo das Sete Encruzilhadas, que conduziu o processo de fundação da Umbanda até seu registro oficial em cartório, por José Pessoa.
1939 - Foi fundada a federação União Espírita de Umbanda do Brasil, que tinha como meta congregar os templos umbandistas e se tornar o centro da Umbanda.

Fundamentação Doutrinária:

Conceitos de Umbanda:

A Umbanda é uma religião natural que segue minuciosos ensinamentos de várias vertentes da humanidade. Ela traz lições de amor e fraternidade sendo cósmica em seus conceitos e transcendental em seus fundamentos.
A essência, os conceitos básicos da Lei de Umbanda fundamentam-se no seguinte:

1. Existência de um Deus único.
2. Crença de entidades espirituais em evolução.
3. Crença em orixás e santos chefiando falanges que formam a hierarquia espiritual.
4. Crença em guias mensageiros.
5. Na existência da alma.
6. Na prática da mediunidade sob forma de desenvolvimento espiritual do médiun.

Essas são as principais características fundamentais das Leis de Umbanda, uma religião que prega a Paz, a União e a Caridade.
A origem da palavra Umbanda perde-se no tempo. São várias as definições que já foram apresentadas a respeito deste nome tão sagrado.
Na verdade, quando o vocábulo Umbanda começou a ser introduzido pelos praticantes daquela nova religião, todos, de um modo geral, humildes o bastante para permitirem serem instrumentos daqueles que iriam fazer grandes revelações, não tiveram a preocupação de captar a verdadeira palavra mântrica que lhes estava sendo passada.
A origem do vocábulo está na raiz sânscrita AUM que, na definição de Helena Petrovna Blavatsky, em seu Glossário Teosófico, significa a sílaba sagrada; a unidade de três letras; daí a trindade em um. É uma sílaba composta pelas letras A, U e M (das quais as duas primeiras combinam-se para formar a vogal composta O).
É a sílaba mística, emblema da divindade, ou seja, a Trindade na Unidade (sendo que o A representa o nome de Vishnu; U, o nome de Shiva, e M, o de Brahmâ); é o mistério dos mistérios; o nome místico da divindade, a palavra mais sagrada de todas na Índia, a expressão laudatória ou glorificadora com que começam os Vedas e todos os livros sagrados ou místicos. Já a palavra Bandha, também de origem sânscrita, no mesmo glossário significa laço, ligadura, sujeição, escravidão. A vida nesta terra.
Assim, analisando as duas palavras, podemos definir a Umbanda como sendo o elo de ligação entre os planos divino e terreno. Infelizmente, na época da revelação da Umbanda em terras brasileiras, não houve a preocupação em se manter a integridade do vocábulo. A palavra mântrica Aumbandha foi sendo passada de boca a ouvido e chega até nós como Umbanda.
Pelo seu uso, o termo Umbanda, hoje já consagrado, ganhou força mântrica. Mas não devemos nos esquecer desta origem tão sagrada. A Umbanda, em síntese, é o elo de ligação entre a divindade e os seres humanos! É a manifestação do plano divino no plano físico. É o despertar de Deus no coração dos homens.
No entanto, a Umbanda não crê em entidades tutelares de forças naturais. Esta é a concepção do Candomblé. A Umbanda crê em forças ou qualidades divinas que ao penetrarem no campo áurico do planeta, sentem-se atraídas por determinados habitat’s da natureza. As entidades cultuadas pela Umbanda, denominadas de Caboclos, Crianças, Pretos-Velhos, Exus e Pomba-Giras, citando somente os mais cultuados, não são espíritos tutelares de forças naturais. São seres como nós, que já viveram e estiveram encarnados, exatamente como nós, diferenciando-se pelo seu elevado grau de espiritualização.
A Umbanda presta culto a todos os grandes Avatares como Jesus, Buddha e Krishna. Assim, não somente o Mestre Jesus é o Mestre Supremo da Umbanda. Pela sua característica sincrética, a Umbanda cultua todos estes grandes seres, devotando-Lhes posição especial.
A Umbanda não recorre aos sacrifícios de animais para assentamento de Orixás, e não tem nessa prática legítima do Candomblé um dos seus recursos ofertatórios às divindades, pois recorre às oferendas de flores, frutos, alimentos e velas quando as reverencia. A fé é o principal fundamento religioso da Umbanda e suas práticas ofertatórias isentas de sacrifícios de animais, é uma reverência aos Orixás e aos guias espirituais recomendando-as aos seus fiéis, pois são mecanismos estimuladores do respeito e união religiosa com as divindades e os espíritos da natureza ou que se servem dela para auxiliarem os encarnados.


As Entidades da Umbanda ..::
Em 1939, foi fundada a federação União Espírita de Umbanda do Brasil, com o objetivo de congregar os templos umbandistas e se tornar o centro de referência da Umbanda.
Com o avanço da sociedade brasileira, a partir da segunda metade do século XX, diminuiu a diferença entre os cultos afros, indígenas e europeus, e a Umbanda passou a ser praticada também por pessoas de outras raças, tornando-se muito popular em todo o território nacional.
Na Umbanda o responsável pela coordenação dos "trabalhos" é o Dirigente Espiritual ou Diretor Espiritual. Esse não possuem todos os conhecimentos como Babalorixá ou Yalorixá, bem como não passa por todo o processo de preparação e aprontamento, visto que na Umbanda somente é permitido o uso de ervas e jamais sangue (com exceção dos Exús).

Os Caboclos são entidades espirituais, que já viveram no nosso plano espiritual, são uma prova existente da fusão cultural que os povos de origem africana sofreram no Brasil, além do intercâmbio Cultural entre Povos Africanos, ainda assimilaram muito das Culturas Indígenas e Portuguesa .


As Setes Linhas Da Umbanda


1ª Linha - Linha de Oxalá
Esta Linha representa a força máxima da Umbanda, de onde provêm o êxito de todos os trabalhos. É composta de diferentes espíritos de diferentes raças da Terra, não somente brancos e negros, entre eles os espíritos de pretos velhos, padres e freiras, culas almas purificadas atingiram a perfeição.

Legião de Santo Antônio
Legião de São Cosme e São Damião
Legião de Santa Catarina
Legião de São Expedito
Legião de Santa Rita de Cássia
Legião de São Francisco de Assis (Semiromba-frade)
Legião de São Benedito ou Benzet

2ª Linha - Linha de Iemanjá
Dirigida por Iemanjá, também chamada carinhosamente de "Dona das Águas", "Rainha do Mar" e outros nomes. Tem a proteção de Oxum, dona dos lagos e cachoeiras, dos rios, da fecundação e do amor, bem como da Nanã, atuando nas águas das chuvas, realizando a limpeza da atmosfera, purificando as camadas aéreas para que tenhamos no solo, na terra, condições de vida. Composta também de espíritos de diferentes raças, de caboclos, Pretos Velhos e Exus.

Legião das Sereias, sob a proteção de Oxum
Legião das Ondinas, sob a direção de Nanã
Legião das Caboclas do Mar, sob a orientação de Indaiá
Legião das Caboclas dos Rios, sob a chefia de Iara (Entidade dos Rios)
Legião da Estrela Guia, sob a direção de Santa Maria Madalena
Legião dos Marinheiros, sob a chefia de Tarimá
Legião dos Calungas, dirigida poe Exu Calunga ou Calunguinha

3ª Linha - Linha de Omulu (Obaluayê)
Esta Linha Linha é dirigida por Omulu (Obaluayê), que detem o poder sobre os corpos vivos ou mortos. Senhor da morte, tem seu trono assentado no Cruzeiro dos cemitérios. Esta Linha é cosntituída de espíritos de médicos e cientistas, Caboclos, Pretos Velhos, Exus e Médiuns Curadores

Legião de José de Arimatéia, integrada pelas Falanges de Médicos e Cientistas
Legião de São Cipriano, integrada pelas Falanges de magias
Legião de Caboclos, integradas por Falanges de Caboclos oriundos de todas as raças
Legião dos Pretos Velhos, integradas por Falanges de Preto Velhos oriundos de todas as raças
Legião dos Povos Orientais, constituídas por Falanges de espíritos evoluídos de todo o Oriente
Legião dos Médiuns Curadores, intregrada por médiuns cuja mediunidade é curadora, aqueles que são magnetizadores, são mais ou menos aptos a curar através das mãos
Legião de Exu Curadô, constituída de falanges de Exus sob o comando de Exu Curadô (MARAMAEL)

4ª Linha - Linha de Ogum
Esta Linha, dirigida por Ogum (São Jorge), "Orixá da Guerra", cujas Legiões são chefiadas por guerreiros de diversas raças, constituídas de Caboclos, Preto Velhos e Exus, invoca as demandas espirituais.


Legião de Ogum Beira-mar, aliada ao povo do mar
Legião de Ogum Malei, aliada à Linha de Malei (Povo de Exu)
Legião de Ogum Megê, aliada ao povo Megê (negros africanos)
Legião de Ogum Naruê, aliada ao povo Naruê (escravos de várias raças)
Legião de Ogum Nagô, aliado ao povo de ganga (Linha de Nagô)
Legião de Ogum Iara, aliada ao povo dos rios (Caboclos)
Legião de Ogum Rompe-Mato, aliada a Oxossi e seu povo da mata

5ª Linha - Linha de Oxossi
Esta Linha é chefiada por Oxossi, "Orixá das Matas", "Orixá da Fartura" constituída de grandes entidades espirituais, espíritos puros que amparam os sofredores utilizando o processo de "Passes" e praticando a cura através das ervas, aplicadas por caboclos, com o auxílio dos exus das matas.


Legião do Caboclo das Sete Encruzilhadas (ou Caboclo das 7 Matas), que dirige as Falanges dos povos das florestas, tais como os espíritos das tribos Aimorés, Tupi, Tupiniquins e etc...
Legião de Araribóia, chefiada pelo Cacique Araribóia
Legião de Urubatão, chefiada pelo Caboclo Urubatão
Legião da Cabocla Jurema, chefiada pela Cabocla Jurema
Legião dos Tamoios, chefiado por Grajaúna
Legião dos Guaranis, chefiada por Araúna
Legião dos Peles-Vermelhas, chefiados por Águia Branca, integrando as Falanges de índios Chippeway, Sioux e etc...

6ª Linha - Linha de Xangô
Esta Linha dirigida por Xangô, "Orixá do Fogo" sob a orientação de São Jerônimo, também denominado Orixá da Justiça, impõe a justiça, dando castigo a quem merecer. É a Linha na qual aqueles que foram humilhados, serão elevados espiritualmente, os que castigaram, serão castigados e os que se enalteceram, serão rebaixados.


Legião de Iansã, chefiada por Santa Bárbara
Legião do Caboclo Ventania (ou dos Ventos)
Legião do Caboclo das Cachoeiras
Legião do Caboclo Sete Montanhas
Legião do Caboclo Pedra Branca
Legião do Caboclo Cobra-Coral
Legião dos Pretos Velhos, integradas por Falanges de todas as raças e dos povos de Quenquelê


7ª Linha - Linha das Almas
Dirigida por Dom Miguel, que no sincretismo católico corresponde ao Arcanjo São Miguel, integrada por Omulu (Obaluayê)

Legião de Pai Cambinda, integrado pelas Falanges do Povo da Costa
Legião de Pai José D'Angola, integrado pelas Falanges do Povo D'Angola
Legião de Pai Congo (ou Rei Congo), integrada pelas Falanges do Povo do Congo
Legião de Pai Jerônimo, integrada pelas Falanges do Povo da Moçambique
Legião de Pai Francisco, integrada pelas Falanges do Povo da Loanda
Legião de Pai Benguela, integrada pelas Falanges do Povo de Benguela
Legião de Pai Guiné, integrada pelas Falanges do Povo de Guiné

Povo de Rua (Exú e Pomba-Gira):
Povo de rua, compadres e comadres são denominações usadas na Umbanda para classificar entidades que trabalham num plano astral evolutivo. Estas entidades em alguns casos equivaleriam aos Exus das casas de Candomblé, frizo, em alguns casos, pois na verdade estas entidades trabalham e se portam de forma especial em seções particulares para elas (leia sobre os Os Exús).

Resumo das 7 Linhas de Umbanda
1ª Linha de Oxalá - que representa a paz, a tranquilidade
2ª Linha de Iemanjá - que representa a procriação
3ª Linha de Omulu (Obaluayê) - que representa a saúde
4ª Linha de Ogum - que representa a luta, a demanda
5ª Linha de Oxossi - que representa o trabalho, a fartura
6ª Linha de Xangô - que representa a justiça
7ª Linha das Almas - que representa a humildade, a bondade

Exú: preto e vermelho
Ogum: vermelho e verde
Iansã ou Oiá: marrom ou marrom com vermelho
Oxósse: verde ou verde com branco
Xangô: marrom
Oxum: amarelo claro ou ouro
Iemanjá: azul claro ou azul claro com branco
Oxalá: branco

A Umbanda, embora tenha origens em diversas raças e nações, torna-se simples à medida que o médium adentra em seus conhecimentos.
Dentre muitas entidades que baixam nos inúmeros terreiros de Umbanda existentes, cito como exemplo: Caboclos e Pretos-Velhos, que são considerados como tendo muita luz espiritual, força e sabedoria. Em verdade, o ritual de Umbanda é uma variação de outros cultos, baseada no espiritismo e como disse, tendo por base a caridade.

Os Caboclos são entidades fortes, viris. Alguns têm uma dificuldade muito grande de se expressar em nossa língua, sendo normalmente auxiliados pelos cambonos, que são filhos da casa, iniciando seus desenvolvimentos ou alguém que não tenha mediunidade de incorporação.

Eles são muitos sérios, porém gostam de festas e fartura, dançam e cantam ao seu modo.

Assim se manifestam os Caboclos, onde quer que sejam chamados. Algumas casas adotam determinadas doutrinas que tolhem um pouco as características. Não lhes permitem fumar, e se mesmo assim, humildemente, aceitam as condições dos guias de chefia da casa, é por que é maior o desejo da caridade, do que mostrarem-se como realmente são.

Desta forma, isso não diminui nem seus trabalhos nem a capacidade da casa, muito mesmo deprecia a doutrina.

No entanto é muito importante que os respeitemos da maneira que se apresentem, sem que queiramos por nossas variações sociais, determinar suas procedências ou negar sua qualidades.


Os Caboclos são entidades fortes, viris. Alguns têm uma dificuldade muito grande de se expressar em nossa língua, sendo normalmente auxiliados pelos cambonos, que são filhos da casa, iniciando seus desenvolvimentos ou alguém que não tenha mediunidade de incorporação.
Eles são muitos sérios, porém gostam de festas e fartura, dançam e cantam ao seu modo.

Assim se manifestam os Caboclos, onde quer que sejam chamados. Algumas casas adotam determinadas doutrinas que tolhem um pouco as características. Não lhes permitem fumar, e se mesmo assim, humildemente, aceitam as condições dos guias de chefia da casa, é por que é maior o desejo da caridade, do que mostrarem-se como realmente são.

Desta forma, isso não diminui nem seus trabalhos nem a capacidade da casa, muito mesmo deprecia a doutrina.

No entanto é muito importante que os respeitemos da maneira que se apresentem, sem que queiramos por nossas variações sociais, determinar suas procedências ou negar sua qualidades.

Conhecedores de muitas ervas, os caboclos têm um papel muito importante: os remédios de ervas e amacis, em que amacis são mistura de ervas que maceradas servem para o fortalecimento do filho-de-santo.

Já os remédios de ervas são plantas ou ervas que combinadas ou sozinhas servem para aliviar ou até mesmo curar doenças.

Nisso tudo os caboclos têm participação muito especial e são encarados e interpretados pelo povo como uma entidade que veio ajudar e aliviar as pessoas dos seus problemas.

Ponto Riscado na Umbanda:
O ponto riscado possui grande significado e valor mágico no culto de Umbanda. É através do ponto riscado que os guias contam toda sua história, sua origem e passagem do mundo material e astral.

O ponto riscado é um emblema-símbolo. Os símbolos são sinais expressos de forma que dão a entender uma intenção ou trajetória humana. No caso do ponto riscado, os guias usam a pemba para poder riscar os seus pontos ou símbolos espirituais.

Uma das grandes provas de incorporação na Umbanda é o ponto riscado, pois acredita-se que se uma entidade não estiver realmente bem incorporada ela não saberá riscar o ponto que a identificará das demais.

A Umbanda é uma das mais lindas expressões religiosas existentes. Religião que tem por base a prática da caridade e tem em uma de suas funções a elevação espiritual do médium e das entidades que governam o próprio médium.

A Umbanda é uma grande expressão religiosa nacional com maiores laços com o Rio de Janeiro. Irradiou-se para os Estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e demais estados do Brasil e até nos E.U.A existem casas de Umbanda.
É um culto popular aceito em todas as camadas sociais e de fácil acesso


Umbanda é dividida em Linhas , cada uma dirigida por um Orixá (espírito com uma missão) e composta por Legiões, subdivididas em Falanges. Zambi (Deus na nomenclatura umbandística) é o chefe supremo de todas as linhas. As linhas de Umbanda são:
Linha de Iemanjá - chefiada por Santa Maria e composta por Caboclas do Mar e dos Rios, Sereias, marinheiros, etc..
Linha de Oxóssi - liderada por São Sebastião, composta por Caboclos.
Linha de Ogum - chefiada por São Jorge, composta por várias personificações deste santo: Ogum Beira-Mar, das praias; Ogum Rompe-Mato, das selvas; Ogum Iára, dos rios, etc.
Linha de Xangô - liderada por São Jerônimo, composta por caboclos, Inhaçã e Quenguelê (pretos).
Linha Africana - liderada por São Cipriano, composta por negros das várias regiões africanas.
Linha de Oxalá - chefiada por Jesus e composta por santos católicos.
Linha faz Oriente - chefiada por São João Baptista, composta por doutores, cientistas, hindus, japoneses, chineses, árabes, etc.

Exu: o mensageiro, o ponto de contato entre os Orixás e os seres humanos;
Oxalá: o senhor da força, o senhor do poder da vida.
Oxum: as águas doces;
Iemanjá: a rainha dos peixes das águas salgadas;
Iansã: os ventos, chuvas fortes, os relâmpagos;
Xangô: a força do trovão e o fogo provocado pelos relâmpagos quando (diz uma lenda que "sem Iansã, Xangô não faz fogo ... ") chegam 'a Terra;
Ogum ou Ogun: senhor dos caminhos; os desbravador dos caminhos; senhor do ferro;
Oxossí: o Orixá Odé, o Orixá caçador, senhor da fartura 'a mesa, senhor da caça;


A cada Orixá está associada uma personalidade e um comportamento diante do mundo e com seus filhos, os quais, são seus protegidos e uma parte das emanações do próprio Orixá, presentes no Orí ou Camatuê (Cabeça) desses filhos.

Orixá, dentro do culto Umbandista (de uma maneira geral) não são incorporados (não se incorpora o fogo de Xangô, os ventos de Iansã, as águas doces de Oxum ...). O que se vê dentro dos vários terreiros, centros, tendas etc, são os Falangeiros dos Orixás (ou também conhecidos como encantados); ou seja, Espíritos (não reencarnacionais) de grande força espiritual (de grande Luz, como alguns gostam de falar) que trabalham sob as Ordens de um determinado Orixá.

Os Falangeiros são os representantes dos Orixás,ou como alguns dizem: são a vibração virginal dos Orixás). Sendo assim, eles podem incorporar nos médiuns, em seus “cavalos”, e mostram sua presença e sua força em nome de um Orixá. Porém, são frágeis (o médium pode perder sua sintonia muito facilmente) e exigem muito dos médiuns, não podendo permanecer por muito tempo em Terra. Podemos utilizar como exemplos de falangeiros:


Ogum
Falangeiros de Ogum

· Ogum Beira-Mar

· Ogum Megê

· Ogum Sete Ondas

· Ogum Sete Espadas

· Ogum Iara

· Ogum Matinata

· Ogum Rompe-Mato

Em algumas ramificações da Religião de Umbanda (nas Umbandas de Caboclo, Umbanda branca, Umbanda esotéria e nas Umbandas voltadas ao Espiritismo ou Kardecismo) que não trabalham diretamente com os Orixás , na forma de Falangeiros de Orixás (não estão ligados a uma corrente africana), o trabalho com os Orixás é feito com os Guias (Espíritos reencarnacionais, pois já tiveram vida corpórea) chamados "Capangueiros de Orixás", ou seja, são Guias (entidades que falam, bebem, fumam, dão consultas ...) que vêm na vibração ou emanação daquele Orixá. Na maioria das vezes, são Caboclos que cumprem essa função e carregam o nome do Orixá junto ao deles, como:

Caboclo Ogum Iara;
Caboclo Ogum Sete Espadas;
Caboclo Ogum Beira-mar;
Caboclo Xangô das Matas;
Caboclo Xangô Sete Pedreiras ...

Existem casos (talvez por isso cause tanta confusão) que os médiuns não colocam a palavra caboclo na frente do nome do Capangueiro, e acaba saindo Ogum Iara, Ogum Sete Espadas, em vez de Caboclo Ogum Iara, Caboclo Ogum Sete Espadas ... Isso confunde as pessoas e elas acabam achando que estão trabalhando com um Orixá, que o Orixá bebe, fuma, dá consultas etc. Porém, o que está se manifestando alí (com grande força e beleza), são Guias, são os Capangueiros.

Então como diferenciar os Falangeiros dos Orixás e os Guias Capangueiros dos Orixás?

É simples. Os Orixás não falam, não bebem, não fumam (na grande maioria dos casos), não dão consultas, e estão vinculados à casas de corrente Africana (casas com fundamentos como feitura, camarinha, boris, obrigações, oferendas, cortes ...). Trabalham na harmonização do terreiro, afastando cargas e no desenvolvimento e equilíbrio dos médiuns. Já os Guias Capangueiros dos Orixás dão consultas, fumam, bebem, e falam (interagem) com os assistenciados (e as casas em que trabalham, em sua grande maioria, não estão vinculados à corrente Africana diretamente).

Só lembrando que todos os guias (Pretos-velhos, Caboclos, Crianças, Boiadeiros, Marinheiros, Baianos, Exus / Pombogiras, ...) trabalham sob as ordem de um Orixá e também podem ser considerados como "Capangueiros". A diferença entre eles e os Guias Capangueiros dos Orixás é que eles não carregam em seus nomes o próprio nome do Orixá de trabalho.

Dentro da cultura Afro-brasileira é considerada a existência de uma “vida passada na Terra”, na qual os Orixás teriam entrado em contato direto com os seres humanos, aos quais passaram ensinamentos diretos e se mostraram em forma humana.

Essa teria sido uma época muito distante na qual o ser humano necessitava da presença física dos Orixás (um estado presencial em forma humana), pois o ser humano ainda se encontrava em um estágio muito primitivo, tanto materialmente como espiritualmente.

Após passarem seus ensinamento voltaram à Aruanda, mas deixaram na Terra sua essência e representatividade nas forças da natureza.

Em algumas correntes Umbandistas ditas sincréticas há a associações entre Oxalá e Jesus Cristo, entre Santo Antônio e Exu, entre Santa Bárbara e Iansão, entre São Jorge e Ogum ... E isso acabaou virando "uma simbiose Espiritual, uma apropriação simbólica", em que a imagem do Santo Católico apenas representa um Orixá, mas não é o Orixá; é apenas um símbolo, uma referência material e a apropriação da data de comemoração do Santo para se louvar o Orixá. Entendendo assim, que não se "baixa" São Jorge em umo terreiro, não se baixa Santa Bárbara, mas sim, o Orixá, que é representado com a imagem do Santo.

Em alguns terreiros de Umbanda a associação sincrética (não em todos) acabau virando transmutação religiosa. Esses terreiros de Umbanda acreditam que Oxalá é Jesus e utilizam toda uma forma doutrinária voltada ao Cristianismo. Uns até utilizam a Bíblia e, outros, o Evangelho Segundo o Espiritismo em sua doutrina e estudos. Daí acabou surgindo as correntes que se auto denominam como "Umbanda Cristã" ou "Umbandista Cristã".

Os Orixás e seus dias de comemoração (sincretismo Afro-Católico):

Orixá
Sincretizado Como:
Comemoração

Exu*
Santo Antônio
13 de Junho

Iansã
Santa Barbara
4 de Dezembro

Iemanjá
Nossa Senhora da Glória
15 de Agosto

Nanã
Nossa Senhora de Sant'Anna
26 de Julho

Oba
Joana d'Arc
30 de Maio

Obaluayê
São Roque
16 de Agosto

Ogum
São Jorge
23 de Abril

Oxalá
Jesus Cristo
25 de Dezembro

Omulu
São Lázaro
17 de Dezembro

Oxossi
São Sebastião
20 de Janeiro

Oxum
Nossa Senhora da Conceição
8 de deDezembro

Oxumaré
São Bartolomeu
24 de Agosto

Xangô
São Jerônimo
30 de Setembro


* O Orixá Exu não é sincretizado como o Diabo Judaico-Cristão.
Exu não é Diabo e nunca foi. Isso foi uma invenção doentia que ainda macula o bom nome da religião de Umbanda.

A UMBANDA é dividida em linhas. Cada uma delas com um chefe, um Orixá que a comanda. E cada linha é dividida em falanges:

As 7 Linhas das Umbanda:

As linhas representão os grupamentos dos Orixás e seus falangeiros que atuam dentro da Umbanda.

Não existe uma ortodoxia dentro da Umbanda. Assim, existem diversas representações das 7 linhas, e, em algumas correntes, já citam a possibilidade de existirem não 7, mas 9 linhas, ou mesmo 14 linhas.

Existe um concenso de 5 linhas fixas (Oxalá, Xangô, Ogum, Yemanjá e Oxossi) e duas linhas variáveis que serão ocupadas de acordo com os fundamentos doutrinários oriundos de cada forma doutrinária de Umbanda.

Dentro do trabalho da "Umbanda de pretos-velhos", as linhas assim estão dispostas:


Linha Orixás componentes à linha Falangeiros ou falange subordinada
Linha de Oxalá Todos os Orixás
Guias Falangeiros de Oxalá, guias mais comuns: Pretos-Velhos, Caboclos e Crianças.
Linha de Iemanjá ou Yemanjá
Oxum, Nanã, Obá e Oxumaré Marinheiros, Sereias, Ondinas, Caboclos de Iemanjá, Falangeiros do Orixá Iemanjá, Guias Falangeiros de Iemanjá.
Linha de Xangô Iansã Falangeiros do Orixá Xangô, Guias Falangeiros do Orixá Xang,Caboclos de Xangô, falange do Oriente.
Guias mais comuns: Caboclos e Baianos.
Linha de Ogum Falangeiros do Orixá Ogum, Guias Falangeiros do Orixá Ogum, Falangeiros em geral.
Linha de Oxossi Falangeiros do Orixá Oxossi, Guias Falangeiros do Orixá Oxossi, Falangeiros em geral, guias mais comuns: Caboclos, Baoiadeiros e Baianos.
Linha de Almas ou Pretos-Velhos (Linha Africana ou dos Ancestrais - Babalorixás, Yalorixás, Sacerdotes diversos) Interagem com a Linha do Orixá Omulu. Pretos-velhos.
Linha de Omulu Obaluayê Pretos-velhos e Caboclos, curadores e mandingueiros,
Exus e Pombogiras.

Outras linhas conhecidas em outras ramificações da Umbanda:

Linha
Linha de Oxalá
Linha de Iemanjá ou Yemanjá
Linha de Xangô
Linha de Ogum
Linha de Oxossi
Linha de Yorimá (ou Omulu)
Linha de Yori (Crianças)

Ramificação mais comum de sua utilização: Umbanda esotérica, algumas Umbandas brancas, algumas Umbandas populares.
Linha de Oxalá
Linha de Iemanjá ou Yemanjá
Linha de Xangô
Linha de Ogum
Linha de Oxossi
Linha de São Cipriano (Pretos-velhos)
Linha de Oriente

Ramificação mais comum de sua utilização: algumas Umbandas brancas, algumas Umbandas populares.

As falanges são formadas por grupos de características iguais chamados guias, assim temos os seguintes grupamentos dentro da Umbanda:

Pretos-velhos

Caboclos

Crianças

Boiadeiros

Marinheiros

Exus

Sendo Assim na Umbanda, trabalham espíritos de ìndios, Caboclos, cangaceiros, escravos, crianças e etc.... todos tentando através da pratica da caridade elevar-se no plano espiritual.

Os Caboclos são falanges de espíritos de índigenas de todas as nações e ou espíritos que por afinidades estão ligados com essas entidades e que incorporam nos médius vestindo a roupagem e o nome espiritual.

Cada um recebe sua oferenda baseada em frutas, bebidas e flores, conforme o caboclo.

Cada um deles trabalha na irradiação de um Orixá. Ex. Caboclo das 7 Pedreiras, é um índio que trabalha sob as ordens de Xangô, lida com questões de guerras, demandas e justiça, assim cada um trabalha dentro da energia de seu comandante.

Existem Sete Linhas na Umbanda, cada linha com Sete Falanges, cada falange com Sete subfalanges, vai assim até atingir um numero de 777 caboclos, todos trabalhando em conjunto.

Oferendas aos Caboclos

As oferendas feitas a estes seres espirituais no Ilê de Xapanã, consistem em bebidas, charutos, frutas, flores, doces e velas.

Tudo ofertado no local de origem da essência de cada caboclo.

O QUE É ORIXÁ?

O planeta em que vivemos e todos os mundos dos planos materiais se mantêm vivos através do equilíbrio entre as energias da natureza. A harmonia planetária só é possível devido a um intrincado e imenso jogo energético entre os elementos químicos que constituem estes mundos e entre cada um dos seres vivos que habitam estes planetas.
Um dado característico do exercício da religião de Umbanda é o uso, como fonte de trabalho, destas energias. Vivendo no planeta Terra, o homem convive com Leis desde sua origem e evolução, Leis que mantêm a vitalidade, a criação e a transformação, dados essenciais à vida como a vemos desenvolver-se a cada segundo. Sem essa harmonia energética o planeta entraria no caos.
O fogo, o ar, a terra e a água são os elementos primordiais que, combinados, dão origem a tudo que nossos corpos físicos sentem, assim como também são constituintes destes corpos.
Acreditamos que esses elementos e suas ramificações são comandados e trabalhados por Entidades Espirituais que vão desde os Elementais (espíritos em transição atuantes no grande laboratório planetário), até aos Espíritos Superiores que inspecionam, comandam e fornecem o fluido vital para o trabalho constante de CRIAR, MANTER e TRANSFORMAR a dinâmica evolutiva da vida no Planeta Terra.
A esses espíritos de alta força vibratória chamamos ORIXÁS, usando um vocábulo de origem Yorubana. Na Umbanda são tidos como os maiores responsáveis pelo equilíbrio da natureza. São conhecidos em outras partes do mundo como "Ministros" ou "Devas", espíritos de
alta vibração evolutiva que cooperam diretamente com Deus, fazendo com que Suas Leis sejam cumpridas constantemente.
O uso de uma palavra que significa “dono da cabeça” (ORI-XÁ) mostra a relação existente entre o mundo e o indivíduo, entre o ambiente e os seres que nele habitam. Nossos corpos têm, em sua constituição, todos os elementos naturais em diferentes proporções. Além dos espíritos amigos que se empenham em nossa vigilância e auxílio morais, contamos com um espírito da
natureza, um Orixá pessoal que cuida do equilíbrio energético, físico e emocional de nossos corpos físicos.
Nós, seres espirituais manifestando-se em corpos físicos, somos influenciados pela ação dessas energias desde o momento do nascimento. Quando nossa personalidade (a personagem desta existência) começa a ser definida, uma das energias elementais predomina – e é a que vai definir, de alguma forma, nosso "arquétipo".
Ao Regente dessa energia predominante, definida no nosso nascimento, denominamos de nosso Orixá pessoal, "Chefe de Cabeça", "Pai ou Mãe de Cabeça", ou o nome esotérico " ELEDÁ". A forma como nosso corpo reage às diversas situações durante esta encarnação, tanto física quanto emocionalmente, está ligada ao “arquétipo”, ou à personalidade e características emocionais que conhecemos através das lendas africanas sobre os Orixás. Junto a essa energia predominante, duas outras se colocam como secundárias, que na Umbanda denominamos de " Juntós", corruptela de "Adjuntó", palavra latina que significa auxiliar, ou ainda, chamamos de " OSSI" e "OTUM", respectivamente na sua ordem de influência.

Quando um espírito vai encarnar, são consultados os futuros pais, durante o sono, quanto à concordância em gerar um filho, obedecendo-se à lei do livre arbítrio. Tendo os mesmos concordado, começa o trabalho de plasmar a forma que esse espírito usará no veículo físico. Esta tarefa é entregue aos poderosos Espíritos da Natureza, sendo que um deles assume a responsabilidade dessa tarefa, fornecendo a essa forma as energias necessárias para que o feto se desenvolva, para que haja vida. A partir desse processo, o novo ser encarnado estará ligado diretamente àquela vibração original. Assim surge o ELEDÁ desse novo ser encarnado, que é a força energética primária e atuante do nascimento.
Nesse período, os Elementais trabalham incessantemente, cada um na sua respectiva área, partindo do embrião até formar todas as camadas materiais do corpo humano, que são moldadas até nascer o novo ser com o seu duplo etérico e corpo denso.
Após o nascimento, essa força energética vai promovendo o domínio gradativo da consciência da alma e da força do espírito sobre a forma material até que seja adquirida sua personalidade por meio da Lei do livre Arbítrio. A partir daí essa energia passa a atuar de forma
mais discreta, obedecendo a esta Lei, sustentando-lhe, contudo, a forma e energia material pela contínua manutenção e transformação, no sentido de manter-lhe a existência.
A cada reencarnação, de acordo com nossas necessidades evolutivas e carmas a serem cumpridos, somos responsáveis por diferentes corpos, e para cada um destes nossos corpos, podemos contar com o auxílio de um Espírito da Natureza, um Orixá protetor. É normalmente quem se aproxima do médium quando estes invocam seu Eledá. Em todos os rituais de Umbanda,
de modo especial nas Iniciações, a invocação dessa força é feita para todos os médiuns quando efetuam seus Assentamentos, meio de atração, para perto de si, da energia pura do seu ELEDÁ energético e das energias auxiliares, ou "OSSI" e "OTUM.

História

Batuque


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Batuque é uma Religião Afro-brasileira de culto aos Orixás encontrada principalmente no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, de onde se estendeu para os países vizinhos tais como Uruguai e Argentina.

Batuque é fruto de religiões dos povos da Costa da Guiné e da Nigéria, com as nações Jêje, Ijexá, Oyó, Cabinda e Nagô.


A estruturação do Batuque no estado do Rio Grande do Sul deu-se no inicio do século XIX, entre os anos de 1833 e 1859 (Correa, 1988 a:69). Tudo indica que os primeiros terreiros foram fundados na região de Rio Grande e Pelotas. Tem-se notícias, em jornais desta região, matérias sobre cultos de origem africana datadas de abril de 1878, (jornal do comércio, Pelotas). Já em Porto Alegre, as noticias relativas ao Batuque, datam da segunda metade do século XIX, quando ocorreu a migração de escravos e ex-escravos da região de pelotas e Rio Grande para Capital.

Os rituais do Batuque seguem fundamentos, principalmente das raízes da nação Ijexá, proveniente da Nigéria, e dá lastro as outras nações como o Jêje do Daomé, hoje Benim, Cabinda (enclave Angolano) e Oyó, também, da região da Nigéria. O Batuque surgiu como diversas religiões afro-brasileiras praticadas no Brasil, tem as suas raízes na África, tendo sido criado e adaptado pelos negros no tempo da escravidão. Um dos principais fundadores do Batuque foi o Príncipe Custódio de Xapanã. O nome batuque era dado pelos brancos, sendo que os negros o chamavam de Pará. É da Junção de todas estas nações que se originou esta cultura conhecida como Batuque, e os nomes mais expressivos da antiguidade, que de uma maneira ou de outra contribuíram para a continuidade dos rituais foram:


Cantando para os Orixás Ijexá — Cudjobá de Xangô, Celetrina da Oxum Docô, Jovita de Xangô, Paulino de Oxalá Efan, Maria Antonia de Assis (Mãe Antonia de Bará), Manoel Matias (Pai Manoelzinho de Xapanã),Miguela do Bará, Pai Idalino de Ogum,entre outros.
Oyó — Mãe Andrezza Ferreira da Silva, Pai Antoninho da Oxum, Mãe Moça de Oxum e Tim de Ogum, entre outros.
Jêje — Mãe Chininha de Xangô, Príncipe Custódio de Xapanã, João Correa de Lima (Joãozinho de Bará) responsável pela expansão do Batuque no Uruguai e Argentina, Pai Nelson de Xangô e Pai Vinícius de Oxalá Domaia.
Cabinda — Waldemar Antônio dos Santos de Xangô Kamuká; Maria Madalena Aurélio da Silva de Oxum, Palmira Torres de Oxum, Pai Henrique de Oxum, Pai Romário de Oxalá e Pai Cleon de Oxalá,entre outros.
Não obstante a importância dos Ancestrais ao Culto dos Orixás do Batuque, tem-se atualmente nomes de destaque no meio Religioso Africano Gaúcho que conseguem manter viva a tradição e Fundamentos Religiosos de seus Antecessores, podendo citar:

João Carlos de Odé, Gélson do Bará, Pedro da Oxum Docô,Chiquinho do Oxalá, Junior do Bará, Rose do Ogum, Mãe Maria Antônia do Oxalá, Santinha do Ogum, Borel do Xangô (Tamboreiro), Xamim de Xangô (Tamboreiro), Miro do Ossanha,Sílvio Brito (Bino) do Ogum,Dalva do Oxalá, entre outros.

As entidades cultuadas são as mesmas em quase todos terreiros, os assentamentos tem rituais e rezas muito parecidos, as diferenças entre as nações é basicamente em respeito as tradições próprias de cada raiz ancestral, como no preparo de alimentos e oferendas sagradas. O Ijexá é atualmente a nação predominante, encontra-se associado aos rituais de todas nações.

Crenças

O batuque é uma religião onde se cultuam vários Orixás, oriundos de várias partes da África, e suas forças estão em parte dentro dos terreiros, onde permanecem seus assentamentos e na maior parte na natureza: rios, lagos, matas, mar, pedreiras, cachoeiras etc., onde também invocamos as vibrações de nossos Orixás.

Todo ser humano nasce sob a influencia de um Orixá, e em sua vida terá as vibrações e a proteção deste Orixá que está naturalmente vinculado e rege seu destino, com características individuais, em que o Orixá exige sua dedicação, onde este poderá ser um simples colaborador nos cultos, ou até mesmo se tornar um Babalorixá ou Yalorixá.

Há uma questão de ordem etmológica no Termo Pará, onde afirma-se ser este o outro nome pelo qual é conhecido o Batuque, ora sabe-se que todo frequentador de Terreiros chama na verdade o Peji ou quarto-de-santo de Pará e não o ritual sagrado dos Orixás, este sim o Batuque. Esta questão já está dimensionada desde os anos 50, nas pesquisas etnográficas de Roger Bastide sobre a Religião Africana no Rio Grande do Sul. São consideradas Religiões Afro-Brasileiras, todas as religiões que tiveram origem nas religiões africanas, que foram trazidas para o Brasil pelos escravos.

Batuque Candomblé Catimbó Culto aos Egungun Culto de Ifá Jurema sagrada Quibanda Macumba Tambor-de-Mina Umbanda Xangô do Nordeste Xambá As Religiões Afro-Brasileiras são relacionadas com a Religião Yorubá e outras Religiões africanas, e diferentes das Religiões Afro-Caribenhas como a Santeria e o Vodu.

Orixás

O culto, no Batuque, é feito exclusivamente aos Orixás, sendo o Bará o primeiro a ser homenageado antes de qualquer outro, e encontra-se seu assentamento em todos os terreiros, no Candomblé o chamam de Exú.

Entre os Orixás não há hierarquia, um não é mais importante do que o outro, eles simplesmente se completam cada um com determinadas funções dentro do culto. Os principais Orixás cultuados são: Bará, Ogum, Oiá-Iansã, Xangô, Ibeji (que tem seu ritual ligado ao culto de Xangô e Oxum), Odé, Otim, Oba, Ossaim, Xapanã, Oxum, Iemanjá, Oxalá e Orunmilá (ligado ao culto de Oxalá).

E há também divindades que nem todas nações cultuam como: Exú Elegbara, Gama (ligada ao culto de Xapanã), Zína, Zambirá e Xanguín (qualidade rara de Bará) que só os mais antigos tem conhecimentos suficientes para fazer seus rituais.

Templos

No Rio Grande do Sul a área de conservação das religiões africanas vai de Viamão à fronteira do Uruguai, com os dois grandes centros de Pelotas e de Porto Alegre.


No batuque, os templos terreiros são quase que em sua totalidade vinculados as casas de moradia. É destinado um cômodo, geralmente na parte da frente da construção onde são colocados os assentamentos dos Orixás. Neste local são feitos todos os fundamentos de matanças e trabalhos determinados, oferendas para os Orixás, e o local é considerado sagrado, pessoas vestidas de preto, mulheres em dias de menstruação não entram. Junto à esta parte da casa, chamada de quarto de Santo ou Peji, há o salão onde são realizadas as festas para os Orixás.

O estado do Rio Grande do Sul foi o maior responsável pela exportação dos rituais africanos para outros países da América do Sul, entre eles Uruguai e Argentina, que também procuram seguir a maneira de cultuar os Orixás, e a construção dos templos seguem exemplos dos seus sacerdotes.

Todos os Orixás são montados com ferramentas, Okutás (pedras) etc. e permanecem dentro da mesma casa, com exceção do Bará Lodê e do Ogum Avagãn, que tem seus assentamentos numa casa separada, ficando à frente do templo onde recebem suas oferendas e sacrifícios. A casa dos Eguns também tem lugar definido, é uma construção separada da casa principal, na parte dos fundos do terreiro, onde são feitos diversos rituais.

Em caso de falecimento do Babalorixá ou Yalorixá, dono do terreiro, fica a critério da família o destino do templo, geralmente não tendo um familiar que possa suceder o morto o templo é fechado. Na maioria dos casos na morte de um sacerdote, todas as obrigações são despachadas num ritual especifico chamado de Erissum (Axexê), por este motivo é muito difícil encontrar ilês (casas) com mais de 60 anos, são muito poucos os sacerdotes que destinam seus axés à um sucessor, para dar prosseguimento à raiz.

Rituais

Oferendas para os Orixás Os rituais são próprios e originais e embora tenha alguma semelhança com o "Xangô de Pernambuco", é muito diferente do Candomblé da Bahia.

Os rituais de Jêje tem suas rezas próprias (fon), e ainda se vê este belo ritual em dois grandes terreiros na cidade de Porto Alegre, as danças são executadas de par, um de frente para o outro. Há também muitas casas que seguem os fundamentos da nação Oyó que se aproxima muito do ijexá, já que, estas duas provem de regiões próximas na Nigéria.

A principal característica do ritual do Batuque é o fato do iniciado não poder saber em hipótese alguma que foi possuído pelo seu Orixá, sob pena de ficar louco.

Cada Babalorixá ou Yalorixá tem autonomia na prática de seus rituais, não existem nomenclaturas de cargos como tem no Candomblé, exercem plenos poderes em seus ilês. Os filhos de santo se revezam nos cumprimentos das obrigações.

No mínimo uma vez por ano são feitos homenagens com toques para os Orixás, mas as festas grandes são de quatro em quatro anos. Chamamos de festa grande a obrigação que tem ebó, ou seja quando há sacrifícios de animais de quatro patas aos Orixás, cabritos, cabras, carneiros, porcos, ovelhas, acompanhados de aves como galos, galinhas e pombos.

Esta obrigação serve para homenagear o Orixá "dono da casa" e dos filhos que ainda não possuem seu próprio templo. A data é geralmente a mesma que aquele sacerdote teve assentado seu Orixá, a data de sua feitura. As festas têm um ciclo ritual longo, que antigamente duravam 32 dias de obrigações, hoje diante das dificuldades duram no máximo 16. O começo de tudo são as limpezas de corpo e da casa, para descarregar totalmente o ambiente e as pessoas, de toda e qualquer negatividade; em seguida são preparados as oferendas e sacrifícios ao Bará. A partir deste momento, os iniciados já ficam confinados ao templo, esquecendo então o cotidiano e passam a viver para os Orixás por inteiro até o final dos rituais. No dia do serão (dia da obrigação de matança), todos Orixás recebem sacrifícios de animais. Os cabritos e aves são preparados com diversos temperos e servidos a todos que participarem dos rituais, tudo é aproveitado, inclusive o couro dos animais, que sevem para fazer os tambores usados nos dias de toques.

No dia da festa o salão é enfeitado com as cores dos Orixás homenageados. A abertura se dá com a chamada (invocação aos Orixás), feita pelo sacerdote em frente ao peji (quarto de santo), usando a sineta (adjá), saudando todos Orixás. Ao som dos tambores, as pessoas formam uma roda de dança em louvor aos Orixás, a cada um com coreografias especiais de acordo com suas características.

No final das cerimônias são distribuídos os mercados, (bandejas contendo todo tipo de culinária dos Orixás como: acarajé, axoxó (milho cozido e fatias de coco), farofa de aves, carnes de cabritos (cozidas ou assadas), frutas, fatias de bolos etc.), alguns consomem ali mesmo, outros levam para comer em casa.

Durante a semana são feitos outros rituais de fundamentos para os Orixás, inclusive a matança de peixe, que para os batuqueiros significa fartura e prosperidade, os peixes oferecidos são da qualidade Jundiá e Pintado; estes são trazidos vivos do cais do porto ou do mercado público, onde o comércio de artigos religiosos é intenso.

No sábado seguinte é feito o encerramento das obrigações, com mesa de Ibejes e toque, novamente em homenagem aos Orixás, neste dia são distribuídos mercados com iguarias e o peixe frito, significando a divisão da fartura e prosperidade com os participantes das homenagens aos Orixás. Após o encerramento, o sacerdote leva os filhos que estavam de obrigações ao rio, à igreja, ao mercado público e à casa de alguns sacerdotes, que fazem parte da família religiosa, para baterem cabeça em sinal de respeito e agradecimento; este passeio faz parte do cumprimento dos rituais. Após o passeio todos estão liberados para seguirem normalmente o cotidiano de suas vidas.

Egun

No Batuque também temos a parte dos rituais destinados ao culto dos Eguns. Este é um ritual cheio de magia e segredos onde poucos sacerdotes têm o completo domínio.

A casa dos Eguns (espíritos dos mortos) fica numa construção separada da casa principal, nos fundos do terreno, onde são feitos diversas obrigações em determinadas datas e quando morre alguém ligado ao terreiro; este local é denominado Balê.

Aos Eguns também são oferecidos sacrifícios de animais, e comidas diversas que fazem parte somente deste ritual, não podendo ser usados em outras ocasiões.

Os Eguns, assim como os Orixás, tem suas rezas (cânticos) próprias, feitos na linguagem yorubá, e em dias de obrigações recebem toques ao som de tambores frouxos e sem o acompanhamento de agê (instrumento feito com uma cabaça inteira trançada com cordão e contas diversas).

Cada nação tem rituais diferentes para este tipo de obrigação.

Sacerdócio

O babalorixá ou Yalorixá tem a responsabilidade de formar novos sacerdotes, que darão continuidade aos rituais. Para isto é preciso preparar novos filhos de santo, que durante um certo período de tempo aprenderão todos os rituais para preservação dos cultos.

O sacerdote chefe deve passar aos futuros Pais ou Mães de Santo, todos os segredos referente aos rituais tais como: uso das folhas (folhas sagradas), execução de trabalhos e oferendas, interpretação do jogo de búzios, e até mesmo como preparar um novo sacerdote.

Geralmente o futuro sacerdote já nasce no meio religioso, onde conviverá acompanhando todos os diversos rituais que darão suporte a seus afazeres dentro do culto, e terá pleno conhecimento de todos os tipos de situações que enfrentará em seu futuro templo.

O tempo de aprendizado é longo, não se forma um verdadeiro sacerdote de Orixás com menos de sete anos de feitura, e os ensinamentos são passados de acordo com a evolução da capacidade de aprendizado que o noviço tem, já que os ensinamentos são feitos oralmente, não há livros para ensinar os rituais, a melhor maneira de aprender tudo é conviver desde cedo dentro dos terreiros.

A partir do momento que um noviço se torna um sacerdote de Orixá, terá as mesmas responsabilidades daquele que lhe passou os ensinamentos.

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Nação Cabinda

A nação Cabinda, originária de Angola, adotou o panteão dos Orixás Iorubas, embora estas divindades Bantus teriam como nome correto Inkince.
Os Inkinces são para os Bantus o mesmo que os Orixás para os Yorubás, e o mesmo que Vodum para os Jêjes. Não se trata da mesma divindade, cada Inkince, Orixá ou Vodum possui identidade própria e culturas totalmente distintas. A linguagem ritual originou-se predominantemente das línguas Kimbundo e Kikongo; são línguas muito parecidas e ainda utilizadas atualmente. O Kimbundo é o segundo idioma nacional em Angola. O Kikongo, provém do Congo, sendo também falado em Angola.
Aqui no Rio Grande do Sul a raiz forte da Cabinda foi o Sr. Valdemar Antonio dos Santos, filho do Orixá Xangô Kamucá Baruálofina; sua primeira filha de santo foi a Sra. Madalena de Oxum.
Outros que se iniciaram pelas mãos de Valdemar de Xangô, e com sua morte passaram para as mãos de Mãe Madalena de Oxum foram: Pai Tati de Bará, Mãe Palmira de Oxum, Ramão de Ogum, Pai Mario de Ogum e Pai Nascimento de Sapatá. Depois foram surgindo outros ícones da nação Cabinda, onde podemos citar Pai Romário de Oxalá, filho de santo de Mãe Madalena de Oxum; Mãe Olê de Xangô, mulher de Pai Tati de Bará; Pai Henrique de Oxum, enteado e filho de santo de Mãe Palmira de Oxum; Pai Adão de Bará, foi filho de santo de Pai Romário; Pai Cleon de Oxalá; Antonio Carlos de Xangô, alabê, teve sua iniciação pelas mãos de Pai Tati de Bará, Mãe Marlene de Oxum, filha de santo de Pai Romário; Hélio de Xangô, iniciado por Pai Adão de Bará; Pai Gabriel de Oxum, que foi um grande Babalorixá da Nação Cabinda, filho de santo de Romário de Oxalá; Enio de Oxum, também da casa de Pai Romário; Luiz vó da Oxum Docô, iniciado por Romário de Oxalá; Ydy de Oxum, iniciado por Henrique de Oxum, entre muitos outros que conservam, ainda, os fundamentos desta Nação tão importante nos rituais Africanos do Sul.
Os praticantes da Nação Cabinda também se valem dos rituais da Nação Ijexá, já que esta última é atualmente a modalidade ritual predominante aqui no Rio Grande do Sul; a diferença se dá basicamente no respeito à memória de seus ancestrais e a outros fatores como o início dos fundamentos da Nação Cabinda, que é justamente onde termina os das outras Nações: o cemitério.
O Orixá Xangô é considerado Rei desta nação, e é o dono dos Eguns, juntamente com Oyá e Xapanã; E o culto aos Eguns é tão forte que na maioria dos terreiros desta nação, se encontra o assentamento de Balé (culto aos Eguns); Os filhos de Oxum, Yemanja e Oxalá, podem entrar e sair de cemitérios quando necessário for, sem nenhum prejuízo a sua feitura, já nas outras nações estes só entram no cemitério em extrema necessidade; Se estiver acontecendo uma festa num terreiro de Cabinda, e se o Orixá Xangô, tendo recebido oferendas de quatro pés, e vier a falecer algum membro da casa ou da família religiosa, não ficará a obrigação prejudicada, conforme acontece nos outros terreiros, nos quais teriam que interromper toda a obrigação.
Os orixás cultuados na Nação Cabinda são os mesmos da Nação Ijexá acrescentando Bará elegba, oyá dirã e oyá timboá; Na maioria das vezes as oferendas também são iguais com pouca diferença como por exemplo a obrigação do peixe que na Cabinda oferecem Pintado a determinados Orixás, que no Ijexá damos Jundiá.
Desde a chegada dos primeiros negros oriundos da África muitas mudanças, adaptações aconteceram.
Por ser a Cultura da Religião Afro brasileira uma das mais belas e originais manifestações de espiritualidade, com um vasto e riquíssimo naipe de nuanças com personalidade, feição e expressão próprias, traduzidas em linguagem também própria e particularizadas, apesar de variada é que até os dias de hoje ela arrebanha novos seguidores.
Conhecer e praticar os fundamentos da Cultura da Religião Afro Brasileira são os primeiros requisitos para compreender essas nuances e toda a sua beleza e também a força da Religião Africana.
Conhecer a Linguagem Oral - através da qual se expressa os cânticos, as rezas, os encantamentos e as louvações e um excelente ponto de partida. É através da linguagem falada que se conversa com os Orixás .
A transmissão da Cultura da Religião Afro brasileira é tradicionalmente oral, e dessa forma é que se preservaram grande parte dos seus rituais, cânticos e liturgia. Grande parcela é preservada utilizando sua língua própria. A Liturgia é falada quase que fluentemente em seu bojo, pelas pessoas mais proeminentes – o Pai ou Mãe de Santo e seus filhos - mas, infelizmente em número bem restrito e por isso a importância de promover e preservar os fundamentos dessa Cultura o que é feito pelo Ilê de Xapanã.
Para disseminação da Cultura da Religião Afro Brasileira pode-se tomar como exemplo a língua oficial nos cultos, o Yorubá, oriundo de países e culturas diferentes o que promove uma riqueza de palavras e significados.
O Yorubá mesmo pouco conhecido é amplamente falado de maneira empírica apenas mecânica e meramente mimética, repetindo-se o que foi dito e decorado anteriormente.
Dizem algumas pessoas, que o Yorubá é uma língua morta e está para o culto aos Orixás assim como o Latin está para o Catolicismo. Isso é um engano. O Yorubá é uma língua viva e dinâmica. O Yorubá é a primeira língua de aproximadamente trinta milhões de Africanos Ocidentais, e é falada pelas populações no Sudoeste da Nigéria, Togo, Benin, Camarões e Serra Leone.
A língua também sobreviveu em Cuba (onde é chamada de Lukumi) e no Brasil (onde é chamada Nagô), termo que inicialmente era usado pejorativamente, querendo significar "gentinha, gentalha, ralé".
No Brasil o interesse pelo Yorubá dá-se principalmente entre as pessoas
adeptas da Religião de Origem Africana, que recebe o nome genérico e popular de Candomblé. Mas o Candomblé é apenas uma das manifestações da Cultura Religiosa Afro brasileira .
Na Religião Afro brasileira canta-se, ora-se, e até dialoga-se em Yorubá com pequenas frases e termos usuais do dia-a-dia nas casas de culto com a assimilação pode-se afirmar de um vocabulário vasto.
É de suma importância às linguagens da nossa religião, sobretudo, a oral porque a entendendo, entenderemos os rituais e poderemos nos comunicar com os nossos Orixás e Ancestrais, através da palavra.
Para compreende melhor essa seara cultural é necessário compreender o que é a Religião Afro brasileira. A Religião Afro brasileira nasceu da necessidade dos negros escravos realizarem seus rituais religiosos que no princípio eram proibidos pelos senhores de escravos.
Para burlar essa proibição, os negros faziam seus assentamentos e os escondiam, preferencialmente fazendo um buraco no chão, cobrindo-os e por cima colocavam e dançavam para seus Orixás, dizendo que estavam cantando e dançando em homenagem àquele santo católico; daí nasceu o sincretismo religioso, que foi abandonado mais tarde pela maioria dos adeptos do Candomblé tradicional, com o "término" da escravidão e mais concretamente quando o Candomblé foi aceito como religião com a liberdade de culto garantida pela Constituição Brasileira.
À primeira vista para os leigos, toda a Religião Afro Brasileira é uma coisa só. Mas, não é bem assim. Existem vários grupos pois na época do tráfico de escravos, vieram muitos negros de várias regiões da África trazendo consigo suas culturas. Por exemplo os originários de Angola e Moçambique: os Bantos, Cassanges, Kicongos, Kiocos, Umbundo, Kimbudo, de onde se originou o “Candomblé Angola”, facilmente reconhecido por quem é da religião, pela maneira diferente de falar, cantar, dançar e percutir os tambores, o que é feito com as mãos diretamente sobre o couro com ritmos e cadências próprios, alegres e ligeiros.
É o Candomblé de onde se originou o Samba, que tomou emprestado o próprio nome, que em Kimbundo significa "oração". É também origem do "Samba de roda", que era feito como recreação, principalmente pelas mulheres, após os afazeres rituais, dançando e cantando dizeres em sua maioria jocosos e galhofeiros.
Mais tarde assimilado pelo Samba de Caboclos, aí já em sua versão mais “abrasileirada” como um culto ameríndio que era feito pelos Caboclos, aí já incorporados em seus "cavalos" e já em idioma aportuguesado com versos chamados de "sotaque". Isto, porque quase sempre eram parábolas ou charadas que poucos entendiam, muito em voga ainda hoje.
Pai Jairo de Xapanã acha que este Samba de Caboclos foi o embrião da Umbanda, onde nasceu o culto aos Orixás cantado e falado em português, fazendo assim a nacionalização dos Orixás Africanos, que algumas pessoas faziam objeção por causa de ter uma língua estrangeira não bem aceita pelos já nascidos brasileiros e que foram perdendo os conhecimentos da língua ancestral, principalmente por causa do analfabetismo.
Viu-se até aqui um pouco da Cultura Religiosa Afro brasileira no que tange a linguagem e a música e se pode constatar a riqueza e a influência que essa cultura exerceu sobre a Cultura Brasileira de um podo geral o que justifica sua importância para os brasileiros.
No Ilê de Xapanã são cultuados os Orixás por meio dos fundamentos de Nação, mas especificamente da Nação Cabinda ,. Cultua-se ainda a Umbanda e os Exus .
Os praticantes da Nação do Ilê de Xapanã também se valem dos rituais da Nação Ijexá, já que esta última é atualmente a modalidade ritual predominante aqui no Rio Grande do Sul; a diferença se dá basicamente no respeito à memória de seus ancestrais e a outros fatores como o início dos fundamentos da Nação Cabinda é justamente onde termina os das outras Nações: o cemitério.
Já a Umbanda é a mistura do Culto aos Orixás, do Catolicismo e do Kardecismo, resultando numa religião Brasileira, que hoje em dia é até exportada para os países vizinhos, principalmente os do cone Sul, como Argentina, Paraguai e Uruguai, onde existem até confederações de Umbanda e onde o Brasil está para eles, assim como a África está para nós.
Por esta riqueza e por sua influência na Cultura Brasileira é que o Ilê de Xapanã, personificado em Pai Jairo de Xapanã percebem a importância da promoção, divulgação e disseminação da Cultura Religiosa Afro brasileira dentro e fora do Território Nacional.

Arquétipos

FILHOS DE BARÁ



Os filhos de Bará possuem um caráter ambivalente, ora são pessoas inteligentes ou compreensivas com os problemas dos outros, ora são bravas, intrigantes e ficam muito contrariadas. As pessoas de Bará não tem paradeiro, gostam de viagens, de andar na rua, de passear, de jogos e de bebidas. Quase sempre estão envolvidas em intrigas e confusões. Guardam rancor com facilidade e não aceitam ser vencidas. Por isso para ter-se um amigo ou um filho de Bará é preciso que se tenha muito jeito e compreensão ao tratar-se com ele.



FILHOS DE OGUM

Não é difícil reconhecer um filho de Ogum. Tem um comportamento extremamente coerente, arrebatado e passional, aonde as explosões, a obstinação e a teimosia logo avultam, assim como o prazer com os amigos e com o sexo oposto.
Os homens e mulheres que têm Ogum como seu Orixá de cabeça, vão ter comportamentos diferentes, de acordo com os segundos e terceiros Orixás que os influencia adjuntós (adjuntores). De qualquer forma, terão alguns traços comuns: são conquistadores, incapazes de fixar-se nu mesmo lugar, gostando de temas e assuntos novos, conseqüentemente apaixonados por viagens, mudanças de endereço e de cidade. Um trabalho que exija rotina tornará o filho de Ogum um desajustado e amargo. São apreciadores das novidades tecnológicas, são pessoas curiosas e resistentes, com grande capacidade de concentração no objetivo em pauta; a coragem é muito grande, a franqueza absoluta, chegando mesmo à falta de tato.



FILHOS DE IANSÃ

Arquetipicamente, Iansã é a mulher guerreira que, em vez de ficar no lar, vai à guerra. São assim os filhos de Iansã, que preferem as batalhas a grandes e dramáticas ao cotidiano repetitivo.
Costumam ver guerra em tudo, sendo, portanto competitivos, agressivos e dados a ataques de cólera. Enfrentam a guerra do dia-a-dia, os filhos de Iansã costumam ser meio individualistas, achando que com a coragem e a disposição para a batalha, vencerão todos os problemas, sendo menos sistemáticos, portanto, que os filhos de ogum.
São quase que invariavelmente de Iansã, os personagens que transformam a vida num buscar desenfreado tanto de prazer como dos riscos.
Ao mesmo tempo, quando rompem com uma ideologia e abraçam outra, vão mergulhar de cabeça no novo território, repudiando a experiência anterior de forma dramática e exagerada, pode acontecer com os filhos de Iansã num dado momento de sua vida, tão ou mais radical ainda que a anterior.
O temperamento dos que têm Oyá como Orixá de cabeça, costuma ser instável, exagerado, dramático em questões que, para outras pessoas não mereceriam tanta atenção e, principalmente, tão grande dispêndio de energia.
São do tipo Iansã, aquelas pessoas que podem ter um desastroso ataque de cólera no meio de uma festa.
Como esse arquétipo que gera muitos fatos, é comum que pessoas de Iansã surjam freqüentemente nos noticiários. Ao mesmo tempo, é um caráter cheio de variações, de atitudes súbitas e imprevisíveis que costumam fascinar (senão aterrorizar) os que os cercam e os grandes interessados no comportamento humano.Os Filhos de Iansã são atirados, extrovertidos e chocantemente diretos. A longo prazo, um filho de Iansã sempre acaba mostrando cabalmente quais seus objetivos e pretensões.
São muito ciumentos, possessivos, muitas vezes se mostrando incapazes de perdoar qualquer traição.
Ao mesmo tempo, costumam ser amigos fiéis para os poucos escolhidos para seu circulo de mais íntimo.
Um problema, porém, pode atrapalhar tudo: a inconstância com que vê sua vida amorosa.
Todas essas características criam uma grande dificuldade de relacionamentos duradouros com os filhos de Iansã, não há ética que segure os filhos de Iansã, dispostos a destruir tudo com seu vento forte e arrasador.



FILHOS DE XANGÔ

Pessoa forte com discreta tendência a obesidade, com estrutura óssea bem desenvolvida, sendo fácil identificado visualmente, pela aparência ou modo de andar. A mulher, filha de Xangô, tem tendência a falta de elegância, não que tenham dificuldade de reconhecer roupas bonitas, tendo muitas vezes uma vaidade intrínseca especial, que custa caro. Por causa do tipo físico de Xangô, suas filhas, tendem a ter um jeito masculino de andar, não caracterizando preferência sexual.
Seus filhos são mulherengos (os homens), já suas filhas são belíssimas amantes, não costumam ser conhecidas socialmente e não são dadas a aventuras. São honestos e sinceros em seus relacionamentos mais duradouros, pois o sexo, para eles é de vital importância, porém depois de satisfazer o desejo, o coloca em segundo plano.
Apresentam altas doses de energia e grande auto-estima, julgando-se importantes. Suas opiniões são decisivas, em quaisquer situações ou assuntos, sendo às vezes egocêntricos.
Quando chamado a opinar, opinam segundo seu modo de ver e entender o caso, dando a última opinião ou veredicto e terminam o assunto, deixando a outra parte sem saber o que fazer. Quase sempre intervem de forma violenta, em suas opiniões, resolvendo tudo de forma demolidora e rápida, e neste momento, quando todos acatarem sua resolução, retoma seu comportamento usual.





FILHOS DE ODÉ

O filho de Odé apresenta em seu arquétipo as características atribuídas ao orixá. Representa o homem impondo a marca sobre o mundo selvagem, nele intervindo para sobreviver, mas sem alterá-lo. Odé desconhece a agricultura, não muda o solo para nele plantar, apenas recolhe o que pode ser imediatamente consumido, a caça.
Psicologicamente identifica-se um filho de Odé pela sua necessidade de independência, sua necessidade de serem livres. Os filhos de Odé normalmente se comportam como um caçador à espreita, tem gosto pelo silêncio e observação, geralmente associados, entretanto, a pessoas jovens e ágeis, tanto mental como fisicamente. Possuem grande capacidade de concentração e firme determinação de alcançar seus objetivos, além da paciência típica do caçador para aguardar o momento certo do ataque.
Assim como o orixá, seus filhos não são guiados pelo poder ou ambição, mas sim pela simples necessidade de sobrevivência, não sonham muito, mas sabem exatamente quando e como agir para alcançar seus objetivos. São muito discretos quanto as suas sensações e seus comentários, são pessoas reservadas, não gostam de julgar ninguém.
Não se entusiasmam em trabalhos de equipe, preferem estar sozinhos, porém com grande senso de responsabilidade, pois seu traço principal é o de provedor. Podem ser paternais, porém não no sentido de intimidade com a família, mas sim aquele que trabalha para que nada lhes falte. Os relacionamentos para os filhos de Odé normalmente são entendidos como a soma de duas individualidades que nunca se misturam, sendo assim sempre buscam pessoas que, assim como eles, possuam o gosto pela liberdade e camaradagem.
Na vida social são pessoas muito alegres e extrovertidas, gostando de viver sozinhas e preferindo receber um grupo limitado de amigos. São o tipo coerente com as pessoas que lidam em com a realidade material, sonham pouco, têm os pés ligados à terra.




FILHOS DE OBÁ

As Pessoas pertencentes a este Orixá são lutadoras, bravas, um tanto agressivas, o que as levam a serem pouco compreendidas. Frequentemente tendem a ter experiências infelizes e amargas. São ciumentas, pois são muito zelosas com tudo o que lhes pertencem. Porém, pessoas de grande valor e dedicação. Tendem a alcançar os seus ideais no sentido mais material do que sentimental, embora encontrem a razão e compreensão para suas frustrações no sucesso material.



FILHOS DE OSSANHE

O arquétipo psicológico associado a Ossanhe é o das pessoas de caráter equilibrado, capazes de controlar seus sentimentos e emoções.
Os filhos de Ossanhe são aqueles que não permitem que suas simpatias e antipatias subjetivas e individuais intervenham em suas decisões ou influenciem as suas opiniões sobre pessoas e acontecimentos.
Essa capacidade de discernimento frio e racional, porém, é o responsável pela sua falta de interesse em mexericos ou falatórios. O tipo de Ossanhe é o de mais reservado. Não é introvertido, mas não se faz notar pela atividade social.
O filho de Ossanhe tem certa atração pela religiosidade e pelos aspectos ritualísticos da realidade em geral. A ordem, os costumes, as tradições e os gestos marcados e repetitivos, o fascinam, não no sentido especificamente reacionário das pessoas que querem a repetição das mesmas e imutáveis relações sociais ad eternum, mas no que elas têm de místico, de teatral. É conseqüentemente, meticuloso nunca se deixando levar pela pressa ou pela ansiedade, pois é caprichoso.



FILHOS DE XAPANÃ

Os filhos de Xapanã são: ”pessoas que não conseguem viver satisfeitas quando tudo vai bem para elas. Podem até atingir uma bela situação material e em um belo dia, rejeitar tudo, por causa de certos escrúpulos imaginários. São pessoas que, em certos casos, se sentem capazes de consagrar o bem-estar aos outros, fazendo completa abstração de seus próprios interesses vitais”.
É possível a autopunição dos filhos de Omulú, principalmente em seus casamentos, pois não é raro apaixonarem-se por pessoas extrovertidas e sensuais, como as filhas de Oxum ou Iansã, que ocupam naturalmente o centro do palco, reservando ao parceiro um papel mais discreto. Gostam de ver a pessoa amada brilhar, porém a invejam, vivendo com muita insegurança.
Os filhos de Omulú, como os de Ossanhe, cultuam sua individualidade, são austeros e causam medo aos outros. São irônicos, secos e por vezes discretos





FILHOS DE OXUM

Oxum se aproxima da imagem que se tem de um rio, das águas que são seu elemento, aparência calma que pode esconder correntes, buracos no fundo, grutas – tudo que não é nem reto nem direto, mas pouco claro em termos de forma, cheio de meandros. Os filhos de Oxum preferem contornar habilmente um obstáculo a enfrentá-lo diretamente.
A imagem doce, que esconde uma determinação forte e uma ambição bastante marcante colabora a tendência que os filhos de Oxum te para engordar; gostam da vida social, das festas e dos prazeres em geral.
O sexo é importante para os filhos de Oxum. Eles tendem a ter uma vida sexual intensa e significativa, mas diferentes dos filhos de Iansã ou Ogum.
Os filhos de Oxum são mais discretos, pois, assim como apreciam o destaque social, temem os escândalos ou qualquer coisa que possa denegrir a imagem de inofensivos, bondosos, que constroem cautelosamente.
Na verdade os filhos de Oxum são narcisistas demais para gostarem muito de alguém que não seja eles próprios – mas sua facilidade para a doçura, sensualidade e carinho pode fazer com que pareçam os seres mais apaixonados e dedicados do mundo.
Verger define: O arquétipo de Oxum é o das mulheres mais graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias, perfumes e vestimentas caras.
Até um dos defeitos mais comuns associados à superficialidade de Oxum é compreensível como manifestação mais profunda.




FILHOS DE IEMANJÁ

Os filhos de iemanjá se mostram mais diretos. São capazes de fazer chantagens emocionais, mas nunca diabólicas. A força e a determinação fazem parte de seus caracteres básicos, assim como o sentido da amizade e do companheirismo.
Como são pessoas presas ao arquétipo da mãe, a família e os filhos têm grande importância na vida dos filhos de Iemanjá. A relação com eles pode ser carinhosa, mas nunca esquecendo conceitos tradicionais como respeito e principalmente hierarquia.
São pessoas que não gostam de viver sozinhas, sentem falta da tribo, costumam por isso casar ou associar-se cedo.
Apesar do gosto pelo luxo, não são pessoas obcecadas pela própria carreira, sem grandes planos para atividades a longo prazo, a não ser quando se trata do futuro de seus filhos e entes próximos.
Mas nem tudo são qualidades em Iemanjá, como em nenhum orixá. Seu caráter pode levar o filho desse orixá a ter uma tendência a tentar concertar a vida dos que ao cercam – o destino de todos estariam sob sua responsabilidade. Os filhos de Iemanjá demoram muito para confiar em alguém, bons conhecedores que são da natureza humana. Quando finalmente passam a aceitar uma pessoa no seu verdadeiro e íntimo circulo de amigos, porém deixam de ter restrições, aceitando-a completamente e defendendo-a, seja nos erros como nos acertos, tendo grande capacidade de perdoar as pequenas falhas humanas.
Um filho de Iemanjá pode tornar-se rancoroso, remoendo questões antigas por anos e anos sem esquece-las jamais.





FILHOS DE OXALÁ

Oxalá é o pai dos Orixás e, por extensão, de toda a humanidade. Estabelece, pois, entre si e os outros, uma aura não de temeridade, mas sim de carinho. Os filhos de Oxalá, portanto, são pessoas tranqüilas, com tendência a calma, até nos momentos mais difíceis; conseguem o respeito mesmo sem que se esforcem objetivamente para obtê-lo. São amáveis e pensativos, mas nunca de maneira subserviente.
Sabem argumentar bem, são reservados, mas raramente orgulhosos. Seu defeito mais comum é a teimosia, será difícil convencê-los de que estão errados ou que existem outros caminhos para a resolução de um problema.
No Oxalá mais velho a tendência se traduz em ranzinzice e intolerância, enquanto no Oxalá novo tem um certo furor pelo debate e pela argumentação.
Fisicamente, os filhos de Oxalá tendem a apresentar um porte majestoso ou no mínimo digno, principalmente na maneira de andar e não na constituição física; não é alto e magro como o filho de Ogum, nem tão compacto como os filhos de Xangô. Às vezes, porém, essa maneira de caminhar e postar-se dá lugar a alguém com tendência a ficar curvado como se o peso de toda uma longa vida caísse sobre seus ombros, mesmo se tratando de alguém muito jovem